ATA DA DÉCIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 14-3-2016.

 


Aos quatorze dias do mês de março do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Dr. Raul Fraga, Elizandro Sabino, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram Alberto Kopittke, Clàudio Janta, Dr. Thiago, Engº Comassetto, Idenir Cecchim, Kevin Krieger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mendes Ribeiro, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo nº 029/16 (Processo nº 0365/16), de autoria de Delegado Cleiton; o Projeto de Lei do Legislativo nº 046/16 (Processo nº 0565/16), de autoria de João Carlos Nedel; o Projeto de Resolução nº 005/16 (Processo nº 0452/16), de autoria de Márcio Bins Ely; e o Projeto de Resolução nº 004/16 (Processo nº 0409/16), de autoria de Waldir Canal. Ainda, foi apregoado o Ofício nº 224/16, do Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 002/16 (Processo nº 0592/16). A seguir, o Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Leonardo Melgarejo, Presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural – Agapan –, que discorreu sobre árvores de Porto Alegre. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, Jussara Cony, Fernanda Melchionna, Prof. Alex Fraga, Engº Comassetto, Bernardino Vendruscolo, Lourdes Sprenger e João Carlos Nedel manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. A seguir, o Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, a Leonardo Melgarejo. Os trabalhos foram suspensos das quatorze horas e quarenta e oito minutos às quatorze horas e quarenta e nove minutos. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Sofia Cavedon, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do Requerimento nº 007/16 (Processo nº 0356/16), de autoria de Sofia Cavedon, a assinalar o transcurso do quinquagésimo aniversário da Associação dos Orientadores do Rio Grande do Sul – AOERGS. Compuseram a Mesa: Cassio Trogildo, presidindo os trabalhos; e Andrea Muxfeldt Valer e Emilinha Macedo Luz, Diretora de Planejamento e Diretora de Núcleo do Interior da AOERGS, respectivamente. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se Sofia Cavedon e Prof. Alex Fraga. Após, o Presidente convidou Sofia Cavedon a proceder à entrega, a Andrea Muxfeldt Valer, de Diploma e placa alusivos à presente homenagem, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que agradeceu a honraria. Os trabalhos foram suspensos das quinze horas e nove minutos às quinze horas e dez minutos. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se Lourdes Sprenger, em tempo cedido por Nereu D'Avila, e Reginaldo Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se Alberto Kopittke. Os trabalhos foram suspensos das quinze horas e trinta e sete minutos às quinze horas e quarenta e dois minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Fernanda Melchionna, Jussara Cony, esta duas vezes, Bernardino Vendruscolo, Idenir Cecchim, Mônica Leal, Tarciso Flecha Negra e Clàudio Janta. Na ocasião, por solicitação de Clàudio Janta, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma a Darci Barbosa. Após, Kevin Krieger formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Ainda, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Clàudio Janta, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Às dezesseis horas e trinta e nove minutos, constatada a existência de quórum deliberativo, foi iniciada a ORDEM DO DIA. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Kevin Krieger, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, por vinte e dois votos SIM, em votação nominal solicitada por Lourdes Sprenger, tendo votado Cassio Trogildo, Clàudio Janta, Dinho do Grêmio, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Após, foi apregoada a Emenda nº 03, assinada por Marcelo Sgarbossa e Sofia Cavedon, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 244/14 (Processo nº 2638/14). Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Legislativo nº 244/14 (Processo nº 2638/14), após ser discutido por Dr. Thiago, Lourdes Sprenger, Kevin Krieger, este duas vezes, Mauro Pinheiro, Reginaldo Pujol, Dr. Raul Fraga, Sofia Cavedon, Idenir Cecchim, Prof. Alex Fraga e Delegado Cleiton. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 244/14, Tarciso Flecha Negra cedeu seu tempo de discussão a Kevin Krieger. Na ocasião, foi apregoada a Subemenda nº 01, assinada por Sofia Cavedon, à Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 244/14. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 244/14, por vinte e seis votos SIM, em votação nominal solicitada por João Bosco Vaz, tendo votado Airto Ferronato, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Raul Fraga, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Séfora Gomes Mota, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. Foram aprovadas as Emendas nos 02 e 03 e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 03, todas apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 244/14. Foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 244/14, por vinte e seis votos SIM, em votação nominal solicitada por João Bosco Vaz, tendo votado Airto Ferronato, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Raul Fraga, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Séfora Gomes Mota, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. Após, foram aprovados Requerimentos verbais formulados por Mônica Leal e Delegado Cleiton, solicitando alterações da ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Ainda, foi aprovado Requerimento de autoria de Alberto Kopittke, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares do dia dezesseis de março ao dia trinta e um de dezembro do corrente. Em Votação, foram aprovados os Requerimentos nos 016, 019 e 008/16 (Processos nos 0546, 0610 e 0375/16, respectivamente). Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nos 146 e 188/15 (Processos nos 1611 e 1983/15, respectivamente). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 078/14 (Processo nº 0797/14), o qual, após ser discutido por Lourdes Sprenger, teve sua discussão suspensa, em face da inexistência de quórum deliberativo. Na oportunidade, foi votado Requerimento de autoria de Reginaldo Pujol, solicitando o adiamento, por uma sessão, da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 078/14, o qual obteve quinze votos SIM, em votação nominal solicitada por Fernanda Melchionna, tendo votado Delegado Cleiton, Dr. Raul Fraga, Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, Kevin Krieger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mauro Pinheiro, Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Séfora Gomes Mota, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra, votação essa declarada nula em face da inexistência de quórum deliberativo. Às dezessete horas e cinquenta e nove minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, foi encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 014/16 e os Projetos de Lei do Legislativo nos 264/15, este discutido por Reginaldo Pujol, 294/15 e 018/16; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/16, os Projetos de Lei do Legislativo nos 083 e 281/15, estes dois discutidos por Sofia Cavedon e Reginaldo Pujol, 292/15, 006, 015, 019, 020, 024 e 025/16, e o Projeto de Lei do Executivo nº 003/16. Durante a sessão, Jussara Cony, Reginaldo Pujol, Delegado Cleiton e Kevin Krieger manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezoito horas e onze minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a próxima sessão ordinária. Os trabalhos foram presididos por Cassio Trogildo, Engº Comassetto, Paulo Brum e Delegado Cleiton e secretariados por Paulo Brum. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Tribuna Popular de hoje terá a presença da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural – Agapan, que tratará de assunto relativo às árvores de Porto Alegre. O Sr. Leonardo Melgarejo, Presidente da entidade, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.

O SR. LEONARDO MELGAREJO: Obrigado, Presidente, a Agapan agradece à Câmara de Vereadores a oportunidade de manifestar sua interpretação a respeito da crise que se desenhou em Porto Alegre com um vendaval inédito em sua magnitude, mas previsível em função das mudanças climáticas em andamento. Esses eventos se repetirão, e devemos nos preparar para isso. É sabido que, num futuro próximo, precisaremos de legislação e de mecanismos institucionais adequados às pressões do clima em mutação.

A síntese de nossa exposição pretende examinar a realidade revelada pelo vendaval e apontar a situação que julgamos possível ser construída, para a qual nos propomos a colaborar. Em síntese, desejamos uma política ambiental clara e participativa, que resulte em uma cidade com árvores em todos os bairros, para benefício de todos os seus habitantes e visitantes. A discussão da situação atual exige considerarmos um fato básico: a crise e os danos do presente respondem, sim, a um evento climático extremo, inédito e, até então, inesperado. Mas devemos reconhecer que os danos foram agravados por uma condição de vulnerabilidade estrutural, ampliada por fragilidades construídas a partir de anos de práticas de manejo inadequado, condições essas claramente associadas ao sucateamento da SMAM. Nós nos referimos aqui ao plantio de árvores de grande porte sob redes elétricas, seguido de podas amputadoras de ramos realizadas fora de época, em cortes horizontais, sem qualquer apoio aos processos de cicatrização. Nós nos referimos também à implantação de tubulações e alargamento de ruas com amputações do sistema radicular. As feridas geram apodrecimentos, facilitam o surgimento de doenças, fragilizam as árvores e ampliam os riscos de danos em situações como aquela observada em 29 de janeiro. Também observamos árvores que pareciam sadias e tombaram inteiras. Vistos de perto, casos como esses revelaram, em sua maior parte, circunstâncias que poderiam ter sido evitadas com planejamento e assessoria. Os exemplos são muitos: casos de plantios em covas rasas, como se fossem pequenos vasos em regiões de solos extremamente compactados; plantas de raízes pivotantes estabelecidas em regiões de lençol freático elevado; amputações de raízes para alargamento de pistas de rolamento. Essas e outras situações impediram que o desenvolvimento das árvores assegurasse equilíbrio entre a parte aérea e a parte subterrânea. Na assimetria resultante, as copas seguraram o vento, e as raízes não seguraram as árvores, que tombaram arrastando os fios, provocando o caos que vivenciamos. Precisamos evoluir em direção a árvores sadias e a fiações subterrâneas. Casos de planejamento inadequado levando à fragilidade estrutural das árvores, agravados por manejos incorretos, desenharam os limites que observamos na Cidade em termos dos danos causados por aquele vendaval. O drama foi pequeno considerando o que poderia ter acontecido com toneladas de madeira voando, e fios elétricos serpenteando pelas ruas.

Na verdade, tivemos sorte. Precisamos aprender com isso. Precisamos reduzir a importância da sorte em Porto Alegre. O mais grave, a grande lição desta crise está na evidência de que não temos um plano estratégico para enfrentar situações como essa. A reação foi ágil, mas insuficiente. Passado um mês, as ruas e as praças mais afetadas se mantêm cobertas de resíduos. Precisamos nos preparar para que, no futuro, nada disso se repita. Isto implica definir o que entendemos por arborização urbana e estabelecer um plano que estimule a intervenção coletiva, algo que opere tanto nas situações normais como em momentos de resposta a crises, algo que antecipe resposta a questões básicas: qual a maneira mais adequada de resolver o problema dos danos observados nas árvores existentes? O que fazer com o material resultante? Como organizar a comunidade para tratar disso tudo, em articulação com o poder público? Precisamos estabelecer critérios para seleção das árvores a serem plantadas em cada local, assim como precisamos proteger as espécies já estabelecidas. Precisamos superar a discussão tola que busca minimizar a importância de árvores exóticas, adultas, consolidadas na paisagem urbana de Porto Alegre. Queremos que as árvores de Porto Alegre, independente de sua região de origem, permaneçam onde estão e sigam prestando os serviços ecológicos importantes que realizam. Entendemos que o bem-estar dos habitantes de Porto Alegre depende das árvores. Isto vale tanto para a Zona Norte, até aqui esquecida, como para o Bom Fim e o Menino Deus, que esperamos venham a ser recuperados. E queremos contribuir para isso. Entendemos que essa contribuição pode se dar com nossa participação na construção de um plano estratégico que faça de Porto Alegre uma cidade verde, um plano que contribua para a redução de problemas como os observados nesta crise e que estabeleça capacidade de respostas inteligentes e articuladas em crises futuras. Isso exige a valorização e o fortalecimento das associações de bairro e da equipe da SMAM, exige contratações emergenciais que atendam a demandas opressivas relacionadas a casos como esse, mas também exige a formação de quadros de carreira.

Consideramos que a SMAM precisa de uma equipe profissional permanente, servida por instrumentos adequados, apoiada por cursos de aperfeiçoamento e remuneração justa. As crises ambientais associadas a mudanças climáticas vieram para ficar, e temos que nos preparar para isso. A SMAM, nesse sentido, merece um destaque maior do que tem recebido por parte do Executivo Municipal. A Agapan e as entidades que contribuíram na elaboração dos conceitos aqui expostos entendem que, nesta crise, se esconde uma oportunidade rara que a Câmara de Vereadores deve compreender em sua relevância. A sociedade de Porto Alegre está comovida com o drama, reagiu, pede para intervir e precisa ser apoiada, precisa ser capacitada para tanto.

Entendemos que esta Casa Legislativa, por sua condição de representação e de neutralidade, reúne as condições para liderar este processo, com o qual nos propomos a colaborar. Foi por esta razão que pedimos espaço nesta Tribuna Popular. Nossas sugestões são as seguintes: que a Câmara de Vereadores crie um fórum permanente em que a sociedade e as entidades ambientalistas se façam ouvir e possam contribuir para a preparação de ações de cidadania em defesa do verde. Trata-se aqui não apenas de auxiliar na seleção de mecanismos para implantação e proteção de cobertura verde permanente, mas também para o estabelecimento de instrumentos próprios voltados tanto à proteção de árvores novas e adultas como para a fiscalização das ações do Executivo Municipal neste campo. Como exemplo, solicitamos que a Câmara proponha redução de IPTU para moradores e condomínios que implantem e protejam árvores em seu terreno ou na rua em frente. A Prefeitura de Curitiba fez isso com sucesso para estimular o plantio de araucárias. Entendemos que medidas assim ajudarão a reverter um quadro triste, no qual os números mostram que o insucesso é a regra nas tentativas para implantação de mudas realizadas pelo Poder Público em nossa Cidade. Não sabemos quantas mudas alcançam a idade adulta, mas percebemos claramente que as declarações de que, a cada árvore derrubada, três são implantadas, não estão funcionando, não estão resultando em uma cidade verde. Porto Alegre vem se tornando, a cada ano, mais cinza, mais feia, mais quente. E, se existe vandalismo, e ele existe, ele é inexpressivo em relação à ausência de regas. As mudas estão morrendo de sede, porque não há sistema de responsabilização solidária que as proteja. E não existe, porque não existem estímulos para isso. Entendemos que benefícios no IPTU permitiriam metas ousadas, com as quais nós nos propomos a colaborar.

Que tal cobrir Porto Alegre de verde? Todos perceberão benefícios óbvios, como a redução na temperatura e nos volumes de escorrimento superficial. Todos vivenciarão benefícios sutis – como o fortalecimento do equilíbrio emocional e a redução da agressividade do povo – que o verde permite. Basta refletir sobre o estado de espírito de quem caminha 300 metros, ao meio-dia, na Assis Brasil, relativamente a quem caminha a mesma distância na Gonçalo de Carvalho. A diferença ilustra a importância desta proposta para a qualidade de vida dos porto-alegrenses e seus visitantes. Cobrir Porto Alegre de verde beneficiará a todos e corresponde a um direito dos moradores de todos os bairros.

A nossa segunda proposta é que a Câmara de Vereadores elabore uma política de desenvolvimento do verde e faça isso estimulando iniciativas da sociedade organizada. Considerem, neste ponto, a série de sugestões encaminhadas à Prefeitura e incorporem a elas a necessidade de um mapeamento/inventário das árvores existentes com diagnóstico de seu estado e medidas para sua proteção.

A terceira sugestão é que a Câmara de Vereadores convoque o coletivo Cidade que Queremos e organizações, como o Instituto dos Arquitetos do Brasil, para a discussão de modelos arquitetônicos e prédios mais sustentáveis, adequados aos impactos das mudanças climáticas.

Finalizando, cabe registrar, nesta oportunidade, a extraordinária contribuição para o salvamento de árvores levada a cabo pela ação espontânea e cidadã de grupos como o Voluntários do Verde Porto Alegre, o Fórum Ambiental de Porto Alegre e o Bate-Papo com a Governança. Articulados e combativos, eles nos mostraram como a comunidade afetada pode transformar a realidade apoiando a construção de uma cidade mais verde e mais humana. Resta afirmar que esta manifestação que, neste momento, faço da tribuna foi construída com apoio de ativistas e organizações ambientalistas que tendem a se articular em torno do coletivo Cidade que Queremos. A eles atribuímos eventuais méritos dos argumentos e agradecemos pela honra desta oportunidade, em que a Agapan apresentou suas opiniões. Essas entidades são algumas das que assinam o documento que sumariza essas e outras observações, que, agora, será entregue ao Ver. Cassio Trogildo, Presidente da Câmara, e ao Ver. Kevin Krieger, Líder do Governo, a quem pedimos especial atenção ao documento que logo receberão.

Em nome da Agapan e em meu nome, agradeço aos Srs. Vereadores por este espaço, ao mesmo tempo em que me coloco à disposição para qualquer esclarecimento.

Leio, ao encerrar, as sugestões dum conjunto de moradores da Cidade. Eles pedem, objetivamente, que a Câmara de Vereadores dê atenção aos fatos apresentados a seguir: primeiro, consideram relevante o estabelecimento de um inquérito para identificação da origem e do destino da madeira retirada das ruas, praças e parques da Cidade; recomendam o planejamento e a implantação de novas praças e parques em todos os bairros da Cidade, e que empresas sejam instadas a adotar estes parques e praças como prática relacionada à compensação de serviços devidos ao Poder Público; que a Câmara estabeleça compromisso de que a Prefeitura Municipal promova serviços de educação ambiental sob orientação das entidades ambientalistas atuantes em Porto Alegre; que a Câmara de Vereadores realize campanhas...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. LEONARDO MELGAREJO: ...Passo, então, ao Presidente da Câmara e ao Líder do Governo o texto completo com a conclusão dos argumentos que o tempo não me permite apresentar aqui agora. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Convido o Presidente Leonardo Melgarejo a fazer parte da Mesa.

A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; quero cumprimentar o Sr. Leonardo Melgarejo, Presidente da Agapan, e quero, neste cumprimento, lembrar o Lutzenberger, a Magda Renner e a Giselda Castro, porque são três lutadores com os quais iniciei todo um processo de luta. Como Líder de oposição, embora não chamada, eu assumo também a documentação que V. Sa. traz aqui. É um plano estratégico. Esta “cidade do verde” significa exatamente uma cidade sustentável e de participação popular, e Porto Alegre tem toda essa história de participação popular, buscando políticas públicas e algo que eu achei fundamental: a formação e a capacitação dos servidores públicos, com planos de cargos, carreiras e salários, e o seu aproveitamento como servidores nos espaços de decisão e nos espaços de gestão, porque os servidores públicos são exatamente aqueles que, numa gestão, dão as condições. Então, os servidores, com planos de carreiras, no espaço de gestão e de participação.

Creio que a proposta que V. Sa. traz a esta Câmara Municipal é de tal importância que eu proponho à Mesa Diretora, Ver. Cassio, que busque, através do Regimento Interno da Câmara Municipal, o que de mais eficiente nós possamos constituir para que haja a constituição dessa proposta aqui trazida pela Agapan. E, também, que ela seja efetivada dentro daquilo que nos caracteriza: que, um projeto como esse, tem que ter a amplitude política necessária no Poder Legislativo. Essa é a contribuição do Partido Comunista do Brasil.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Ver.ª Jussara Cony, solicito que V. Exa. se aproxime da Mesa, pois o Presidente da Agapan vai fazer a entrega do documento também à liderança de oposição, por favor.

 

(Procede-se à entrega do documento.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa tarde ao nosso Presidente Leonardo Melgarejo; quero, em teu nome, saudar todos os lutadores e lutadoras da Agapan que estão aqui acompanhando os trabalhos na tarde de hoje e, ao mesmo tempo, lutando numa Capital que é conhecida por seu pioneirismo: a Porto Alegre onde os jovens subiram em árvores em plena ditadura militar para que não houvesse uma devastação na Av. João Pessoa; a Porto Alegre que foi pioneira com a criação da Agapan na América Latina, nas nossas entidades ambientalistas, sob a direção do Lutzenberger, do nosso querido Carneiro, que são memórias e pessoas que nos inspiram a continuar essas lutas. Infelizmente, estamos vendo uma política de sucateamento, uma política de terceirização, uma política de ausência de controle público sobre temas tão importantes como as podas – a que o nosso Presidente se referiu da tribuna –, como a questão do manejo, para o que, desde 1993, não tem concurso público; como a ausência de um plano estratégico diante do aquecimento global causado por essa lógica capitalista e que impacta cotidianamente as cidades. Infelizmente, o temporal do dia 29 já é parte dessas consequências. Se Porto Alegre apostasse no controle público, apostasse nas entidades, apostasse na democracia, apostasse na sustentabilidade, nós estaríamos mais bem preparados para, junto com a democracia, termos um planejamento permanente de proteção à nossa Cidade e, ao mesmo tempo, da construção de uma cidade sustentável. Quero parabenizar a Agapan e dizer: conte com o PSOL, comigo e com Ver. Alex Fraga, com o nosso Deputado Pedro Ruas, com as nossas lideranças, porque a gente tem a convicção de que um fórum de entidades permanente, a questão da redução do IPTU, um debate amplo com o Cidade que Queremos e com entidades como o IAB para buscar prédios sustentáveis são partes fundamentais de uma nova política que precisa ser construída no Município, e que só será construída com muita mobilização, com muita participação, com o empoderamento das entidades e com esse pioneirismo sempre da Agapan, que tem história na nossa Cidade, que tem história no nosso Brasil, que tem história na nossa América Latina. Contem com a gente!

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento, pela oposição.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde, Sr. Leonardo Melgarejo, Presidente da Agapan; eu venho, em nome dos partidos de oposição – do PCdoB, do PT e do meu partido, o PSOL –, tentar passar um relato do que aconteceu nos dias subsequentes àquela desgraça do dia 29. Eu entrei em contato com o Gabinete do Secretário da SMAM justamente por causa da minha formação técnica – eu sou biólogo de formação, ainda mantenho contato com vários colegas que atuam no meio –, me disponibilizando para ajudar no processo de análise, de estudo da situação das árvores da nossa Cidade, para que elas pudessem ter uma melhor intervenção e uma melhor recuperação. Infelizmente, é um dos grandes defeitos da humanidade a arrogância. A resposta que eu recebi foi: “Não há necessidade da sua ajuda, nós temos técnicos competentes, e o quadro técnico da SMAM vai dar conta desse serviço.”

Infelizmente, nós percebemos que muitas das intervenções que estão sendo feitas na nossa Cidade são insuficientes. Árvores que tiveram seus galhos quebrados, que precisavam de um corte, no galho, em cunha, justamente para dificultar o acúmulo de água e a instalação de parasitas, isso não está sendo feito, o que compromete a fitossanidade da nossa flora, isso em virtude de uma atitude tão arrogante por parte do representante dessa Secretaria tão importante. A falta de pessoal, a falta de equipamento é conhecida, é sabida por todos, mas esse tipo de atitude não deve prevalecer nesta Cidade. Já que há deficiência no quadro técnico, minimamente o Secretário deveria atrair todos os possíveis contribuidores, para que nós tivéssemos uma redução do impacto nesse caso. Parabéns pelo trabalho da Agapan, sempre do lado certo, que é o lado da natureza, o lado da preservação ambiental, para que tenhamos uma sociedade, uma Cidade e um Estado saudáveis e aptos à sobrevivência de todos. Parabéns.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ENGº COMASSETTO: Muito obrigado, Presidente. Quero cumprimentar o Melgarejo, que representa, neste momento, a Agapan; cumprimentar todos os militantes, homens e mulheres que estão aqui, e fazer uma homenagem à Agapan na pessoa do grande e sempre referência local, estadual e mundial José Lutzenberger, que sempre defendeu, como conceito de humanidade, que o homem e o Planeta são uma coisa só. O que aconteceu ontem aconteceu; a realidade, nós a temos hoje, e o futuro nós sabemos que caminha cada vez mais para a destruição. Portanto, quando o senhor traz aqui que quer discutir, quer analisar, ter um conceito de cidade pautado na sustentabilidade, que temos que revisar os temas da produção e consumo... Nós queremos uma cidade com lixo zero; nós queremos uma cidade sem as línguas de esgoto entrando pelo lago Guaíba; nós queremos uma cidade sem vilas irregulares, com todos os serviços de urbanidade garantindo o direito à habitação; nós queremos uma cidade que seja participativa e que possa contribuir, onde os espaços públicos sejam públicos e preservados com o potencial dos conceitos ambientais que o senhor trouxe, relembrando aqui Lutzenberger. Então, queríamos cumprimentá-lo em nome do Partido dos Trabalhadores e dizer que este tema é um tema em aberto na Cidade. Conte conosco, um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, Presidente. Quero cumprimentar o Sr. Leonardo, dizer que sua vinda é importante, sim, mas tenho me preocupado com o extremismo de algumas ações aqui na Capital. Muitas vezes, temos dificuldade de conseguir que se autorize poda de árvores, mesmo elas estando a oferecer risco de vida para creches, casas de família, enfim. Nós precisamos encontrar um meio-termo para isso. É verdade que precisamos plantar árvores, também é verdade que precisamos cuidar onde essas árvores serão plantadas. Vou listar, como exemplo, a Av. Ipiranga. Lá, antes da PUC, nós vamos encontrar árvores que não permitem o tráfego de ônibus, por exemplo. Então, precisamos buscar um meio-termo nessa história, precisamos buscar coerência.

A questão dos fios nos postes: não há mais como aceitar, os fios precisam ser enterrados, não podemos mais aceitar fios aéreos. É verdade que vamos ter mais temporais pela frente. É lamentável também... Outro dia eu estava dizendo aqui que, quando pedi a retirada de um tronco de árvore na Av. São Carlos, recebi do próprio Secretário da SMAM – não fiz e não faço a crítica a ele – um apelo. Ele disse que a SMAM não tem mais como recolher esses troncos, porque não tem área licenciada. Isso me chamou atenção, porque quem licencia área, segundo me consta, é a própria SMAM. Então, essa sinalização é um grito de socorro e de alerta do próprio Secretário da SMAM a esta Casa e à sociedade. Nossos cumprimentos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr. Leonardo, quero cumprimentar a Agapan pelos 45 anos, não é de ontem a luta, é uma luta de quando nem se falava tanto em meio ambiente, em ecologia. Quero dizer que somos parceiros na defesa do meio ambiente, atuamos no grupo Porto Alegre Vive numa época passada, em defesa da orla, com os nossos vizinhos moradores. Também temos que nos agregar na defesa das unidades de conservação, como o Parque Saint Hilaire, cuja gestão foi passada para Viamão, que é uma cidade que não cuida nem das suas praças. Contamos com esse ativismo da Agapan. Parabéns pelas suas reivindicações!

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. JUSSARA CONY: Eu cometi um esquecimento impossível, mas os companheiros da Agapan me lembraram. Peço para incluir, nas notas taquigráficas, o nome de uma grande lutadora, Sra. Hilda Zimmermann. Até falei para os companheiros: a gente vai chegando numa idade mais avançada e, às vezes, a cabeça não ajuda. Mas eu peço para incluir nas notas taquigráficas, para fazer jus a três mulheres e um homem que foram um esteio – e continuarão sendo para o resto da vida – da Agapan.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, em nome da Bancada do Partido Progressista – da Ver.ª Mônica Leal, do Ver. Kevin Krieger, do Ver. Guilherme Socias Villela e deste Vereador –, quero saudar a sua vinda aqui. O senhor veio trazer propostas, o senhor veio trazer colaboração, e isso é extremamente importante. Eu gostaria de ter uma entrevista com V. Exa. no meu gabinete, ou lá no seu gabinete. Vou lhe dar o meu cartão, para a gente discutir protagonismo. Eu ouvi aqui alguns discursos, acho que a população está já cheia de discurso, quer ação, quer colaboração, quer crescimento, e Porto Alegre merece. Eu vi que V. Exa. tem propostas objetivas, que eu acho que podem ser implantadas. Parabéns e uma boa gestão para Vossa Excelência.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Eu também quero aqui agradecer a participação do Presidente Leonardo, da Agapan, e dizer, Presidente Leonardo, que é compromisso desta gestão, da Mesa Diretora este ano, da nossa Câmara Municipal de Vereadores... Inclusive, tive uma iniciativa, ainda no final do segundo semestre do ano passado, de propor um projeto de lei para abrir a discussão nesta Casa sobre um plano municipal de resiliência. O senhor é sabedor de que Porto Alegre é uma das duas cidades do Brasil – somente Porto Alegre e Rio de Janeiro – que está entre as cem cidades selecionadas no mundo inteiro, pela Fundação Rockefeller, para este projeto de ter seus planos municipais de resiliência. Porto Alegre apresentou, em 17 de janeiro, o diagnóstico de resiliência da nossa Cidade. Então, nós estamos dispostos, neste primeiro semestre, a fazer uma grande discussão, avançando nos condicionantes e na preparação da Cidade para ter um plano municipal de resiliência. Queremos ter a Agapan como nossa parceira desde o primeiro momento. Quero agradecer a sua presença, dizer que é uma grande satisfação e que queremos trabalhar juntos.

O Sr. Leonardo Melgarejo está com a palavra para as suas considerações finais.

 

O SR. LEONARDO MELGAREJO: A Agapan, mais uma vez, agradece a oportunidade de estar aqui na Câmara. A Agapan reitera o pedido de desculpas à liderança da oposição por não ter manifestado expressamente, na fala inicial, o respeito que nós temos pela aguerrida disposição e combatividade desse grupo. A Agapan também afirma que vai procurar os Vereadores que manifestaram interesse em continuar esta discussão.

Estamos à disposição do Presidente da Câmara neste trabalho sobre a cidade resiliente. Muito obrigado pela oportunidade. Agradeço em nome dos grupos que participam junto com a Agapan, do coletivo Cidade que Queremos. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Agradecemos a presença do Sr. Leonardo Melgarejo, Presidente da Agapan. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h48min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 14h49min): Estão reabertos os trabalhos.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente, entrar no período de Comunicações. Após retornamos à ordem normal.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado a assinalar o transcurso do 50º aniversário da Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul – AOERGS, nos termos do Requerimento de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon.

Convidamos para compor a Mesa a Sra. Andrea Muxfeldt, Diretora de Formação da AOERGS; e a Sra. Emilinha dos Santos Macedo Luz, Diretora de Planejamento da AOERGS.

A Ver.ª Sofia Cavedon, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Presidente Cassio Trogildo; cumprimento, com muito carinho, a Professora Andrea Muxfeldt e a Diretora de Núcleo do Interior, Emilinha Macedo; a Andrea é a Diretora de Planejamento da AOERGS. Quero acrescentar um cumprimento à direção colegiada da AOERGS, também a Nina Xavier, a Rosângela Diel, não para destacar umas em relação às outras, mas pelo tempo, pela responsabilidade atual, pelo protagonismo que representa a construção destas mulheres – na maioria, mulheres. Aí acrescento um cumprimento especial à Professora Teresa Gamba, primeira sócia dessa entidade cinquentona e idealizadora da revista da entidade, a Revista Prospectiva. Caros Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste; nós não temos qualquer história sendo homenageada neste momento na Câmara; são os 50 anos de atuação de uma entidade que tem como princípio a luta pela educação de qualidade e pelo direito de todos e todas a essa educação. Nós nos orgulhamos demais desta entidade, que nasceu em 9 de março de 1966, que tem caráter sem fins lucrativos, obviamente sem vinculação partidária, com foro em Porto Alegre, mas que representa os orientadores educacionais do Estado do Rio Grande do Sul e acolhe especialistas, professores e trabalhadores em educação.

Para falar um pouco da OAERGS, eu falarei menos de história, as gurias vão dar conta disso, eu acredito. Eu chamarei atenção, nestes poucos minutos... Mas, antes, cumprimento a Iara Almeida, aqui representando o Secretário Estadual Vieira da Cunha. Seja muito bem-vinda, muito obrigada pela presença. Também cumprimento a Professora Suzane Barros, que representa a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. O prestígio dessas duas presenças é importante.

Usando as deliberações do 24º Seminário Estadual de Orientação Educacional, uma das características mais importantes é essa manutenção permanente do debate educacional, a oportunidade de formação dos orientadores, mas, para além dos orientadores, para as escolas e a comunidade escolar. Nesse último seminário, que tinha como dístico “ética, esperança e compromisso com a transformação social”, a OAERGS reafirma princípios e lutas, e destaco algumas para mostrar o caráter e a significância dessa entidade. A primeira, o aparecimento da educação pública gratuita, universal, inclusiva, com o acesso e a permanência de todos e a qualidade social referenciada; a aplicação plena do Estatuto da Criança e do Adolescente, garantido o respeito ao desenvolvimento do sujeito em transformação; a imediata implantação, aplicação do Plano Nacional de Educação, do Plano Estadual e dos Planos Municipais de Educação, ou seja, uma entidade que constrói e vigia a aplicação do planejamento construído coletivamente nas conferências de educação, das quais a OAERGS participou ativamente, como participa ativamente, hoje, da discussão da base curricular brasileira – hoje e sempre, acredito, em todos os debates curriculares; a manutenção da luta pela imediata aplicação dos 10% do PIB na educação brasileira, uma entidade que tem consciência de que, sem investimento, não haverá uma educação de qualidade para todos e todas; o respeito à lei que criou, em 1968, a profissão de orientador educacional e o respectivo decreto federal. Nessa questão dos especialistas em educação, dos orientadores educacionais...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: ...me somo à defesa da presença desses dois profissionais, em especial, no caso, do orientador educacional na escola. Não é possível pensar numa escola apenas com o quadro e o professor, como muitos governos pensam, esvaziando o planejamento, a interlocução com as famílias, a construção de políticas públicas que se relacionem e inter-relacionem com a educação.

O tempo me rouba dos demais temas. Quero encerrar dizendo que uma entidade que diz que a ética não se faz presente na orientação apenas como fundamentação, a ética é o meio e o fim da própria orientação, é uma entidade que merece o nosso aplauso, o nosso orgulho e toda a força para que siga firme e forte por longa vida, construindo essa educação que sonhamos. Parabéns à AOERGS.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Nós, professores, e já me coloco dessa forma porque, trabalhando há 16 anos em sala de aula, percebo a real importância que tem o nosso dia a dia, o nosso cotidiano na formação das futuras gerações do nosso País. Infelizmente, em todos os campos das escolas, seja na sala de aula ou nos serviços especializados, nadamos contra a maré. Nós somos, muitas vezes, guerreiros que, através do seu trabalho, tentam contrariar a lógica, que é o sucateamento e o desmonte da educação. As escolas particulares, muitas vezes, tornam-se meros estabelecimentos prestadores de serviço, numa lógica clientelista terrível, em que o puro e simples fato de adquirir um diploma ao final dos 11 anos – agora 12 anos – de ensino regular basta para os que contrataram esse serviço.

Por outro lado, as instituições públicas, desmontadas há décadas na sua estrutura, nos seus quadros de pessoal, nos seus equipamentos básicos, não dão as mínimas condições de que os professores precisam para desempenhar com dignidade o seu trabalho.

Portanto, os 50 anos desta instituição são um motivo de alegria, um motivo de orgulho dessa que é uma das áreas tão necessárias para que nós possamos ter um quadro completo e que possa disponibilizar aos nossos alunos todos os serviços essenciais que podem fazer a diferença no futuro das nossas crianças. Parabéns a vocês, lutadoras, guerreiras, e a todos os profissionais que desempenham esse trabalho dentro das nossas instituições de ensino. Obviamente, não posso deixar de falar em futuro. Que futuro almejamos? O que queremos para a educação da nossa Cidade, do nosso Estado, do nosso País? A sociedade atual precisa repensar as suas práticas, precisa repensar as suas prioridades, se pretende ter um futuro melhor do que o que está posto. E este futuro deve começar a ser construído dentro das instituições escolares, é ali que começa a formação dos cidadãos, dos indivíduos críticos, indivíduos que não aceitam, com passividade, o que lhes é posto. Somente assim poderemos vislumbrar algo melhor do que o horizonte sombrio que temos pela frente. Um grande abraço, mais uma vez, para toda essa importante categoria. Esperamos melhoras nas nossas condições de trabalho. Uma boa tarde.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Solicito à Ver.ª Sofia Cavedon, proponente desta homenagem, que proceda à entrega do Diploma e da placa comemorativa em homenagem à Associação dos Orientadores do Rio Grande do Sul – AOERGS às Sras. Andrea Muxfeldt Valer e Emilinha Macedo Luz.

 

(Procede-se à entrega do Diploma e da placa comemorativa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Sra. Andrea Muxfeldt Valer, Diretora de Planejamento da Associação dos Orientadores Educacionais do Rio Grande do Sul, está com a palavra.

 

A SRA. ANDREA MUXFELDT VALER: Boa tarde a todos e a todas; ao cumprimentar o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Ver. Cassio Trogildo, cumprimento todos os Vereadores e Vereadoras presentes. Inicialmente, agradeço pela oportunidade de estarmos sendo homenageadas por este Legislativo, e, em especial, agradeço à Vereadora e educadora Sofia Cavedon, propositora desta homenagem. Gostaria de registrar a presença aqui de muitas orientadoras: as orientadoras Tereza Gamba, Ceusa Ferrazzo, Denise Arina Francisco; a diretoria colegiada da AOERGS, Rosangela, Salete, Nina Rosa Ventimiglia Xavier, Eudócia Garcia Andrade; bem como dos nossos núcleos; a Professora Iara, representando o Secretário de Educação; a Professora Suzane Barros, representando a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE; e também, com muito carinho, anuncio a presença do nosso querido Professor Balduino Andreola – que bom que estás aqui curtindo este momento tão carinhoso para nós! Com muita honra e alegria, neste momento, represento a diretoria colegiada da AOERGS ao receber esta homenagem pelo transcurso dos 50 anos de trajetória, simbolizado e concretizado por um trabalho coletivo, reafirmado pela congregação de todos os orientadores educacionais do Estado e do Brasil, através de articulações, mobilizações, proposições e muito também por formação continuada e permanente desses profissionais, qualificando, então, as suas ações práticas e pedagógicas sociais. Atualmente estamos organizados em 11 núcleos no Estado: Alegrete, Bagé, Litoral Norte, estamos com a representação aqui; Missões, Pelotas, Rio Grande, as colegas também estão aqui; Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, Santana do Livramento, Uruguaiana, além da nossa sede aqui em Porto Alegre, o que nos dá muito orgulho; e a colega Emilinha, de Bagé, também. Ao comemorarmos o nosso cinquentenário, a nossa AOERGS destaca uma história construída por várias mãos e saberes desde 9 de março de 1966 até hoje, amanhã e sempre.

Tínhamos um vídeo institucional para apresentar, mas vamos deixar para um outro momento. A gente gostaria de falar um pouquinho mais sobre as nossas defesas e sobre como estamos hoje fazendo o nosso trabalho no Estado. Iniciamos, agora, no ano passado, dentro do seminário e do nosso último congresso, os festejos do cinquentenário da AOERGS. Durante a realização desse seminário, nós apresentamos a “mala do tempo”, que está aqui, hoje, nos acompanhando. (Mostra a mala.) Ela simboliza as nossas andanças nesses 50 anos de trabalho junto aos orientadores educacionais do Estado e, também, as nossas andanças por todo este País. Andanças marcadas pela história de luta de muitos educadores e educadoras desta Cidade e deste Estado. (Palmas.) Andanças marcadas também por uma trajetória de construção coletiva de um projeto de educação qualificada, de uma sociedade que queremos politicamente democrática, culturalmente plural, ecologicamente equilibrada e socialmente solidária. A “mala do tempo” viaja pelo nosso Estado com o propósito de recolher recordações, depoimentos, relatos, pronunciamentos, fotos, enfim, registros desses tempos, para serem revelados e descobertos daqui a 25 anos, ou seja, lá em 2041. A mala será lacrada no dia 4 de dezembro de 2016, quando celebraremos o Dia Nacional do Orientador Educacional. Desejamos continuar com a nossa AOERGS, quem sabe, por mais 50 anos, para complementarmos, então, o nosso...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

A SRA. ANDREA MUXFELDT VALER: ...Somos movidas a sonhos, utopias e esperança. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Agradecemos a presença das senhoras e dos senhores e, mais uma vez, a presença da Sra. Andrea Muxfeldt, Diretora de Planejamento da AOERGS; e da Sra. Emilinha Macedo Luz, Diretora do Núcleo do Interior.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Quando V. Exa. iniciou, eu pedi que, antes de concluir a homenagem, consignasse a mais integral solidariedade dos Democratas com a homenagem que aqui é prestada. Nós temos a viva esperança de que “o ideal que sempre nos acalentou renasça em outros corações”. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h09min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 15h10min): Estão reabertos os trabalhos.

A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Nereu D’Avila.

 

A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje é uma data em que se comemora, em nível nacional, o Dia dos Animais. Eu não poderia deixar de registrar essa data, apesar de não haver tanto para comemorar, pois as ações públicas, sejam em âmbito federal, estadual ou municipal, estão aquém da realidade desejada para amenizar as três principais preocupações que temos: a superpopulação de cães e gatos nas ruas, os abandonos e os cavalos que circulam nas cidades com excesso de peso, mal-ferrados; a nossa luta é para que saiam das vias e retornem ao seu habitat. Também temos grande preocupação com os maus-tratos, e tudo isso repercute nas Prefeituras e no nosso meio, gerando muitas despesas.

A criação da primeira secretaria estadual dedicada aos animais – SEPDA, Secretaria Especial de Proteção e Defesa dos Animais – foi na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 2000, portanto, há 16 anos. Seus idealizadores foram ativistas da causa animal: o falecido ator Cláudio Cavalcanti, sua esposa Maria Lúcia e outros defensores do Rio de Janeiro. Passamos pelo segundo órgão, que foi estabelecido pelo Governo de Santa Catarina, o Departamento de Bem-Estar Animal, em Florianópolis, idealizado pela gaúcha, ativista Maria da Graça Dutra, em janeiro de 2005, hoje Vereadora daquela cidade, e chegamos aqui, em 2011, com a criação da nossa Secretaria Especial.

O que vemos nesses anos todos de luta, ainda? São centros de atendimento de animais, são depósitos, se vê muito em cidades do Interior. Seguidamente recebemos denúncias, não são simples locais de confinamento, são locais onde a grande maioria dos animais ficam acumulados para o resto de suas vidas. Não adianta repassar daqui para Cachoeirinha, ou vice-versa, porque essa não é a solução. Além da irresponsabilidade de inúmeras pessoas da sociedade, digo que a causa é a inércia, ao longo dos anos, dos gestores públicos, que preferem holofotes... Ao invés de realizar mutirões de castrações, são mutirões esparsos, eventuais. As castrações têm o objetivo de conter a superpopulação, conforme recomenda a Organização Mundial de Saúde.

Mesmo antes da criação da SEDA, desde 2003, no Fórum de Bem-Estar Animal, do qual o Ver. Adeli foi um dos participantes, defendemos programas de governo; desde 2004, quando trabalhamos na ComppadCoordenadoria Multidisciplinar de Políticas Públicas para os Animais Domésticos, 2010/2011, defendemos... Fomos a Almirante Brown, na Argentina, cidade-satélite de Buenos Aires, que castra cem animais por dia a baixo custo. Também defendemos dez mil castrações para Porto Alegre e aprovamos uma emenda de 6.880 esterilizações, que, somadas à prevista, totalizam, para este ano, dez mil castrações. Sabemos do tamanho da fila de solicitações pelo 156, mas a procriação de cães e gatos é geométrica. Além disso, precisamos avançar muito no combate ao abandono de animais e, para isso, continuamos defendendo a microchipagem e o cadastro municipal de animais. Microchipar é muito mais barato do que o custo de recolher carcaças de animais mortos nas ruas. O DMLU recolheu oito mil animais de pequeno porte nas ruas. Os maus-tratos continuam em alta. Desde que a SEDA foi criada em Porto Alegre, são mais de 14 mil pedidos de fiscalização, e não dá mais para realizar fiscalização em um mês, ou três meses, tem que ser imediata, senão, quando for ver, o animal já desapareceu.

Também quero destacar, na data de hoje, o avanço da Prefeitura de Frederico Westphalen, que iniciou a microchipagem de animais, e, também, um software criado na Faculdade de Veterinária de São Paulo, que vai auxiliar na prevenção, nos planejamentos de controle populacional. Quero dizer ainda que o nosso mercado pet representa 0,38% de tudo o que é produzido no Brasil, tendo o mesmo peso da linha branca de eletrodomésticos no PIB. Nós estamos realizando a quarta edição da Feipet, feira de negócios do Rio Grande do Sul, com participantes de vários Estados.

Na defesa do bem-estar animal, apoiamos os defensores de animais de Campos do Jordão, que querem eliminar as 11 charretes de turismo usadas para o transporte de turistas. E mais uma luta que, felizmente, já estamos no final: aguardamos o mês de setembro para encerrar a circulação de carroças em Porto Alegre. Nós tivemos avanços, mas esperamos mais. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, nós tivemos, no dia de hoje, a oportunidade de verificar, debater e ouvir esclarecimentos e posições acerca de dois temas absolutamente relevantes. Um deles, o primeiro, colocado pela Agapan, acerca do desenvolvimento ambiental de Porto Alegre, de uma política de preservação arbórea e, especialmente, da integração dessa política com uma realidade técnica há mais tempo decantada. Num segundo momento, recebemos as representantes das Orientadoras Educacionais, aqui conduzidas pela Ver.ª Sofia Cavedon, que propôs a homenagem. Ainda estão aqui conosco, sendo fotografadas, registrando este momento importante para elas, o cinquentenário da AOERGS, e mais importante ainda para nós, que podemos recebê-las nesta Casa.

Tudo isso acontecendo num momento em que o Brasil inteiro viveu, no dia de ontem, numa demonstração eloquente de envolvimento da comunidade com a discussão maior que hoje ocorre neste País, que é exatamente a do prosseguimento ou não do processo de impeachment proposto contra Sua Excelência, a Presidente da República.

Eu quero dizer que o Ver. Cecchim é meu cúmplice nessa circunstância, juntamente com o Ver. Kevin. Nós estivemos no Parcão, como milhares de pessoas lá estiveram, mas o que é importante registrar nesta hora – e acho, Ver.ª Mônica, que a imprensa de Porto Alegre fez este registro – é que nós conseguimos fazer, nós participamos, melhor dito, de uma movimentação, que teve, ao meu juízo, uma belíssima característica: era desorganizada, amadorista, sem nenhum tipo de planejamento, mas com uma grande qualidade: traduzia espontaneidade. Não era nenhum fruto de pré-fabricação, de pré-encomenda, tanto que aqui, no Rio Grande do Sul, nós todos participamos do movimento como meros participantes, não como condutores, porque o condutor foi o povo em geral.

Isso tudo leva a um registro feito pela imprensa porto-alegrense, Presidente Cassio, e V. Exa. tinha feito um apelo da tribuna na véspera, para que as coisas ocorressem de forma pacífica, para que cada grupo externasse os seus pontos de vista e o fizessem na mais ampla liberdade democrática, sem provocações e conflitos. As imprensas gaúcha e brasileira demonstram claramente que esse fato foi conseguido e foi uma característica do dia de ontem: os nossos opositores na Redenção, nós, no Parcão; cada um no seu quadrante, levamos adiante as nossas posições. Isso seria algo não muito significativo não fosse o momento de radicalização que vivemos no País. E nós, gaúchos, que sempre formos muito bem situados nesses processos – o gaúcho gosta de ter lado, não gosta de ficar em cima do muro, não gosta de ficar sem posição –, que temos essa particularidade, acho que aprendemos que é possível conseguir os nossos objetivos sem a prática de atitudes pouco civilizadas, que não nos recomendariam. Isso não pode ser a marcha do gauchismo. O gauchismo, agora, então, apresenta essa marca diferente.

Assim, Sr. Presidente, como brasileiro, como cidadão, quero augurar que esse episódio nacional se desenvolva com a maior brevidade possível, num sentido ou noutro. Acho que o País não pode continuar, Ver. Idenir Cecchim, nesta situação que hoje vivemos de absoluta indefinição de como as coisas vão acontecer. As coisas têm que acontecer, não podemos ficar eternamente discutindo essa situação sem rumar para uma solução. Eu quero uma solução. A solução que eu quero todos conhecem, mas, necessariamente, não precisa ser essa. Se a maioria dos brasileiros e a maioria do Congresso Nacional entenderem diferente, que se tome a decisão, mas não se protele mais. Tem que ser agora e já a decisão sobre esse assunto, para que o Brasil não continue parado e, cada vez mais, tendo dificuldade de ser administrado. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Alberto Kopittke está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Estimados colegas, boa tarde a todas e a todos; nosso Presidente, Ver. Cassio Trogildo; eu, como é sabido por todos, venho à tribuna neste momento, pela última vez, me despedir deste honroso mandato que 5.280 cidadãos e cidadãs de Porto Alegre me delegaram. Foram três anos e três meses de muita dedicação à nossa Cidade, para honrar o compromisso que é o mais sagrado dos compromissos, o voto de cada um dos cidadãos. Eu quero, antes de mais nada, agradecer à minha bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, partido no qual eu milito desde os meus 17 anos e muito me orgulho de ter participado da administração do Presidente Lula durante cinco anos, o Governo que mais mudou a história deste País e que muito me ensinou e que muito me serve como guia para continuar lutando pela justiça social no nosso País. Faço esse agradecimento à querida amiga – hoje amiga, depois desse convívio –, a Ver.ª Sofia Cavedon; ao Ver. Comassetto, ao Ver. Marcelo Sgarbossa. Não posso deixar de saudar também o Ver. Adeli Sell, que assume o mandato mais do que justamente. O Ver. Adeli, todos sabem, é um personagem da nossa Cidade, uma figura reconhecida por todos pelo seu trabalho engajado no cotidiano dos problemas da Cidade. Eu tenho certeza de que é mais do que justa a tua volta para esta Casa, que ela seja por mais do que apenas 2016.

Saúdo também e deixo o meu agradecimento a cada um dos colegas aqui da Casa, de todos os partidos, de todas as siglas, aprendi com cada um. É só nas diferenças que nós podemos aprender. Pobres daqueles que só convivem entre iguais e que só conseguem conviver entre os que comungam da sua cartilha. Na democracia, nós convivemos com a diferença, e foi na diferença com cada um que eu aprendi muito, que eu aprendi um pouquinho mais sobre a nossa sociedade, sobre os desafios do nosso País e, com certeza, também como a política pode ajudar a melhorar e superar os desafios do nosso País. Meu muito obrigado a cada um e a cada uma, e o meu sincero agradecimento àqueles com quem travei os maiores e bons debates aqui neste plenário.

Eu iniciei esse mandato e logo o País ingressou nas jornadas de julho de 2013, numa onda popular e social que tem suas consequências até o dia de hoje e que talvez alguns não tenham sabido aproveitar, de perceber que, naquele momento, se exigiam mais mudanças, mais transformações, que o programa que elegeu o ex-Presidente Lula e a Presidente Dilma, que a população exigia, a partir daquele momento, que fosse implementado com mais força contra os monopólios de poder do nosso País. Mas muito aprendi com toda aquela efervescência. Aprendi e reforcei a minha certeza de que é só na democracia que as mudanças acontecem, é só na democracia que os grupos sociais mais vulneráveis podem se organizar e dessa organização lutar por direitos e conquistar sua dignidade. Nas ditaduras só existe espaço para os poderosos, só existe espaço para aqueles que são amigos do rei, e ao resto apenas a cadeia, a tortura e o desaparecimento. Cabe a cada um de nós lutar para que a democracia se reafirme cada vez mais neste País e que nenhum retrocesso jamais volte a acontecer. Também vivenciei aqui o grande dilema da democracia moderna, o dilema de que com certeza não podemos retroceder e abrir mão do parlamento, da representação eleitoral a cada quatro anos, a cada ciclo eleitoral. Mas também, se não avançarmos esta estrutura democrática também perderá a sua força e a sua legitimidade perante a população e não mais terá capacidade de apresentar as respostas necessárias frente a um capital econômico que cada vez mais subjuga as nações, os estados e os municípios e faz parecer com que a política não seja mais necessária e a nossa sociedade possa ser governada por tecnocratas economistas que tudo sabem e, de uma forma despartidarizada, podem governar o nosso futuro.

Quero também aproveitar para prestar contas, rapidamente.

 

(Procede-se à apresentação em PowerPoint.)

 

O SR. ALBERTO KOPITTKE: Tive a oportunidade de redigir e de apresentar 62 projetos de lei, 4 projetos de lei complementar, 34 requerimentos ao Sr. Prefeito, fiz 48 mandatos na rua durante os sábados, dos quais encaminhamos 205 Pedidos de Providência. E com muito orgulho, entre várias iniciativas, destaco aqui a sessão de homenagem e de restituição do mandato do Prefeito cassado na ditadura, Sereno Chaise, com mais sete Vereadores cassados, que o nosso mandato teve oportunidade de protagonizar, o que muito me orgulha. Desse conjunto de 66 projetos de lei ordinários complementares, agradeço a oportunidade de ter tido aprovado 4 projetos de lei, todos com o aval do Prefeito, que se tornaram leis municipais, destacando o Projeto Hora Certa, que já é de conhecimento de todos.

Com muito orgulho, apenas registro como mais um símbolo da contribuição o Mapa da Segurança Pública e Direitos Humanos de Porto Alegre que elaborei enquanto fui Presidente da nossa CEDECONDH.

Na sequência, as 18 propostas para Porto Alegre superar a violência, a primeira edição que pudemos fazer, e depois a Ver.ª Fernanda prosseguiu. Também quero fazer um registro de agradecimento muito especial aos dois Partidos de oposição, de uma forma muito afetiva: à Ver.ª Jussara Cony e ao Partido Comunista do Brasil por esta parceria político-ideológica de luta, de história que nós partilhamos. Também o meu agradecimento à Bancada do PSOL, na figura da Ver.ª Fernanda. Quero agradecer também pelos aprendizados que tive, pois é só na luta social que podemos mudar a sociedade, e com certeza, pude aprender muito contigo, Fernanda, e com os movimentos todos que vocês lideraram.

Por fim, quero registrar a razão por que estou indo. Como todos sabem, o Estado vive hoje talvez o maior desafio da sua história. Nossas taxas de homicídio hoje são maiores do que qualquer uma das guerras que já tivemos neste Estado, maior do que inclusive a Guerra da Degola ou a Revolução dos Farrapos. A cada ano nossa Cidade, nosso Estado perde mais de 2 mil jovens para a violência, e eu julguei, a partir do convite do Prefeito Jairo Jorge, que eu mais poderia contribuir para a sociedade de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul assumindo novamente as funções de Secretário de Segurança Pública na cidade de Canoas, numa gestão que desde o início, em 2009, soube priorizar e, com coragem, assumir o papel do Prefeito, na Prefeitura, na luta contra a violência.

Diferentemente – infelizmente digo isto –, apresentei as minhas propostas ao Sr. Prefeito, independente de partido, mas não consegui encontrar espaço na gestão municipal para que elas fossem ouvidas, e não consegui perceber, na atual Administração, a disposição para enfrentar esse desafio da violência que a Cidade sofre. Por isso, decidi assumir esse desafio de colocar em prática as ideias; mais do que falar, ir para a linha de frente, colocar em prática e lutar por cada um dos jovens, não aceitando o discurso fácil de que apenas morreu mais um bandido, mas lutando para salvar a vida de cada um dos jovens gaúchos e gaúchas aqui do nosso Estado.

Por fim, quero agradecer muito a minha equipe de mandato. Estão aqui vários dos amigos, não vou citar o nome de cada um, mas saibam que levo no coração os momentos de amizade, os momentos de carinho que vivenciamos, os desafios, as tristezas, as decepções. Eu não tenho palavras para agradecer a vocês por esses três anos e três meses em que trabalhamos dia e noite para cumprir e fazer honrar a boa política que a cidade de Porto Alegre nos delegou.

Também agradeço aos servidores desta Casa por todo carinho, por toda atenção. E, novamente, aos 5.280 eleitores que me deram esta oportunidade que, por enquanto, é encerrada. É no Parlamento e na função parlamentar, seja municipal, estadual ou federal, que residem a maior riqueza da nossa Nação. Se nós deixarmos, se nós perdermos essa riqueza do Parlamento, não restará mais caminho para as diferenças no nosso País. Por isso essa foi uma oportunidade que eu não tenho palavras para agradecer.

Por fim, também, queridos amigos, eu trouxe um poema, uma música, na verdade, do Toquinho.

Já fiz aqui o agradecimento muito caloroso ao Partido Comunista do Brasil. Ontem, pensando no que eu iria dizer, essas palavras me tocaram, e eu vou compartilhar com vocês essa música, quando Toquinho brinca com o poema de Fernando Pessoa e nos diz, na música Além do Mar: “Navegar é preciso, mas não precisa só navegar/ Navega só quem sonha, porque o sonho é o aviso de quem perdeu o juízo/ Atrás de um paraíso/ além de além de além do mar/ Da lenda para além do mar/ Além do mar tudo espero/ pois nada tenho onde tudo está/ Quero bem mais do que há... /O fim do mar inda é pouco/ Pois todo sonho é indeciso/ Por isso para todo louco/ Navegar é preciso.”

Neste momento em que o horizonte do nosso País é tão incerto, navegar é preciso e sonhar é mais necessário do que nunca. Sigo, neste momento, num novo desafio, vou navegar em direção a mais este sonho, o sonho de uma sociedade sem violência e com mais solidariedade. Muito obrigado a todos e a todas. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Ver. Alberto Kopittke, quero lhe desejar muito sucesso na sua nova empreitada, agradecer-lhe o convívio por esses três anos e três meses, e já de pronto saudando o regresso, a esta Casa, do Ver. Adeli Sell. Estão suspensos os trabalhos para os cumprimentos ao Ver. Alberto Kopittke.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h37min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto – às 15h42min): Estão reabertos os trabalhos. Dando continuidade aos nossos trabalhos, desejamos ao Ver. Alberto Kopittke sucesso como Secretário de Segurança de Canoas; Ver. Adeli Sell, seja bem-vindo.

A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria, em nome do nosso partido, saudar o nosso colega, Ver. Alberto Kopittke e dizer para ele que esses três anos e três meses de convivência com as nossas diferenças, e ao mesmo tempo, com as nossas convergências foram muito produtivos; que a nossa parceria na Comissão de Direitos Humanos, certamente, deixará frutos para a Câmara Municipal e para Porto Alegre. Nós aprendemos muito com o Mapa de Segurança Pública, que foi uma ideia inovadora que o Vereador trouxe no ano retrasado para a Comissão de Direitos Humanos e que nós demos continuidade no ano passado, e, ao mesmo tempo, um debate extremamente profundo sobre as violências e a responsabilidade dos governos municipais em ter uma política pública de enfrentamento a essa violência é parte do aprendizado e da política permanente do Ver. Alberto Kopittke aqui na Câmara de Vereadores.

Nós queremos, então, lhe desejar uma boa jornada e dizer que as lutas em defesa dos direitos humanos e da segurança pública, as lutas em defesa de mais direitos para a nossa população certamente seguirão aqui na Câmara de Vereadores, nas ruas de Porto Alegre, que ao fim e ao cabo, são os que motivam as grandes mudanças necessárias na história da humanidade. Ao mesmo tempo, ficarão para a história essas publicações, esses trabalhos que realizamos permanentemente. Eu – o senhor me citou em seu discurso – quero dizer aqui na tribuna que também aprendi muito. Este momento de despedida é de tristeza, por um lado, porque a gente vê um companheiro de muitas jornadas, no que diz respeito à política municipal, nos deixar, na Câmara Municipal, mas com uma tarefa que envolve políticas de segurança pública. Então nós só podemos lhe desejar muito boa sorte, muito boas lutas e, sobretudo, que haja recursos e uma política permanente na Secretaria Municipal de Segurança, porque infelizmente nós estamos vendo que aqui na nossa Capital isso tem faltado; tem faltado ao Município assumir o tema da segurança como um tema municipal. As políticas do Governo Sartori de sucateamento e desmonte da segurança pública têm feito com que a nossa Cidade tenha chegado a índices extremamente assustadores de violência social, e, ao mesmo tempo, a ausência completa de um plano municipal de segurança cidadã, de um pacto de redução de homicídios no Município, de políticas de prevenção à violência, junto com a nossa juventude na Cidade, são temas que seguiremos lutando na nossa Capital.

Estive na caminhada Serenata Iluminada por mais segurança, na sexta-feira, e foi muito importante o apoio que a população de Porto Alegre deu aos organizadores da Serenata e à passeata, que colocavam a necessidade de uma cultura da paz, mostrando que é preciso ter uma política efetiva de segurança publica.

Vim a esta tribuna para falar sobre um tema que nos tem preocupado extremante na nossa Capital, que é a política lamentável dos empresários de transporte coletivo. Muitas vezes vim a esta tribuna denunciar o Presidente da EPTC, que tem atuado como um verdadeiro advogado das empresas, assim como o conjunto do Governo Fortunati-Melo. Vimos aqui falar da nossa ação que reduziu a tarifa, mais uma vitória da mobilização e da nossa bancada, da atuação do PSOL, garantindo que uma tarifa abusiva não atacasse a população da nossa Cidade, e agora vemos com muita surpresa os empresários anunciando no maior descaramento que farão lockout. A DRT já disse que não se podem reduzir salários dos rodoviários, e os empresários do SEOPA disseram que, sim, estão organizando o lockout. Não sei se eles desconhecem que lockout é crime e que estão previstas as sanções na CLT, penalidades que vão desde multa até cassação dos registros das entidades patronais dos dirigentes que promovem o lockout, até o afastamento desses administradores da empresa. E mais, no art. nº 722, da CLT, diz que, se for uma concessionária de serviço público, a penalidade pode ser em dobro por determinação judicial. Então estamos aqui na tribuna alertando os rodoviários, trabalhadores e trabalhadoras, que sofrem com as péssimas condições de trabalho e com os baixos salários, para que não caiam na lorota e canto da sereia do lockout que está sendo organizado pela patronal, porque não podem reduzir os salários. Nós estaremos lado a lado com os rodoviários para garantir o salário, mas não aceitaremos chantagem...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: ...Não aceitaremos a chantagem com o povo da Cidade, tampouco aceitaremos os rodoviários como bodes expiatórios. Nós sabemos que os rodoviários perderam salário ao longo dos anos, enquanto a tarifa só foi majorada. Nós sabemos que esses trabalhadores fizeram greve, em 2014, por melhores condições de trabalho e tiveram o desprezo da patronal, garantindo, na luta, os seus direitos. Agora é mais uma vez necessário unir o povo de Porto Alegre aos rodoviários, para derrotar a política dos empresários do transporte coletivo e de seus advogados, que, lamentavelmente, ocupam o Paço Municipal.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma Comunicação de Líder e, depois, prossegue em Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Boa tarde, Sr. Presidente, Vereadores, Vereadoras; eu quero, antes de mais nada, dizer que tive uma relação política, ideológica e de luta, nesta Casa, com o Ver. Kopittke; muitas vezes, o Vereador subiu a esta tribuna para defender a democracia, e vou no mesmo rumo. Quero dizer, Ver. Kopittke, que o PCdoB teve a maior honra, durante esse período, de militar – é militância mesmo – junto com o colega nesta Casa. Digo isso como Líder do PCdoB, mas, também, como Líder de oposição, pela valiosa contribuição que V. Exa. deu à Câmara Municipal de Porto Alegre e, tenho certeza, continuará dando na etapa agora, na qual vai contribuir para algo que é importantíssimo para nós.

Quero convidá-lo para estar aqui no dia 31, à tarde, porque nós vamos lançar, na Tribuna Popular, o gibi “Lei Maria da Penha nos Currículos Escolares”, projeto nosso para incluir a Lei Maria da Penha nas disciplinas de direitos humanos. Queremos formar – e estamos juntos também nisso – novos homens e novas mulheres para uma nova sociedade.

Eu vim a esta tribuna e começo com Flávio Dino, que é o Governador do Maranhão, Governador do nosso partido. Ele coloca que a oposição ao projeto nacional de desenvolvimento, liderado pela Presidenta Dilma, tirou o gênio do fascismo da garrafa e, agora, não sabe como colocá-lo de novo. “Grupos que decidiram jogar o Brasil numa conflagração que vai contra os interesses da Nação.” E digo isso com muita convicção, porque está muito claro para o PCdoB que é golpe e não é uma investigação séria. Não é uma investigação séria, é uma tentativa de golpe para fazer o Brasil atrasar mais cem anos. Desde o início do Governo Dilma, uma tentativa de sangrar e derrotar, sem absolutamente nenhum indício contra a Presidente, não está sendo investigada, não cometeu nenhum crime e, ao mesmo tempo, outros campos de oposição, inclusive o PMDB – que virou oposição –, tem indícios de que estão sendo investigados, e nenhum foi agredido por coerção, o que é um crime contra o Estado Democrático de Direito, como o que ocorreu com o Lula. Não é nada noticiado pela mídia golpista ou pelos formadores de opinião, não é vazado! É uma forma seletiva contra um projeto de desenvolvimento, um projeto de desenvolvimento que, desde 1930, nós não tínhamos nesta Nação, porque, de lá para cá, foram projetos de desenvolvimento, aumentando radicalmente as desigualdades sociais. E agora um projeto de desenvolvimento com dificuldades, sim, porque não temos ilusão de classe, estamos lá num estado burguês, não para mantê-lo, mas para fazer avançar a Nação brasileira para mais desenvolvimento, diminuindo as desigualdades do nosso povo. E esse projeto é representado, sim, pelo primeiro operário e pela primeira mulher, eleitos e reeleitos, e tendo como principal partido de esquerda o PT. Quem combate a corrupção tem que combater a todos e lutar por uma mudança de sistema no Brasil, que é um sistema corruptor e corruptível. Nunca um governo, como os Governos do Lula e da Dilma, deram mais condições para as instituições democráticas combaterem a corrupção. Bolsonaro e Marcel van Hattem saem como ídolos e são ligados a partidos que estão altamente envolvidos com a corrupção. A visão que é passada para a sociedade pelo Sr. Marcel van Hattem, do PP, que, aliás, é o partido mais investigado na Lava Jato, não é marcado como corrupção. No Governo que mais enfrenta a corrupção, como diz Dilma, “doa a quem doer” – não são palavras minhas, são da Presidente da República. E “doa a quem doer” é exatamente neste Governo; naturalmente que, neste Governo, querem “sangrar” e querem que a Dilma não termine o Governo, porque aí não se continua a combater a corrupção. Queria dizer que há dois pesos e duas medidas. Todos do PT e da esquerda são vinculados à corrupção – dois pesos e duas medidas –, em que as figuras que são contra o projeto de desenvolvimento são excluídas da seletividade. O Juiz Moro está sentado em milhares de projetos de corruptos e corruptores, e, seletivamente, inclusive deixa vazar para a imprensa, cometendo o crime de coerção, como cometeu com o Presidente Lula, que nunca se negou a depor.

Eu quero finalizar dizendo: pobre País em que um corrupto, citado mais de cinco vezes, como o Sr. Aécio, aquele do helicóptero cheio de cocaína, aquele, é carregado nos braços, na sua cidade, Belo Horizonte, e vaiado em São Paulo – é este o momento em que estamos vivendo.

Eu fiquei absolutamente indignada com a imagem que acho que todos viram e que a mídia golpista não mostrou, de uma triste realidade. E os que foram para as ruas, vestidos com as cores da Pátria brasileira, são aqueles que fizeram isso com o morador de rua, um morador de rua que vem exatamente de todas as etapas desta Nação de miséria, de neoliberalismo, de conservadorismo e de fascismo, porque isso é fascismo, com um cartaz que eu não vou repetir aqui, porque todo mundo viu, pelas redes, a foto de um morador de rua com um cartaz preso em seu corpo dizendo “tomei...”, em um determinado lugar. Eu não vou repetir aqui, isso aqui é fascismo. (Mostra foto.) Isso aqui é desrespeito ao ser humano. Não é essa gente, que vai junto com todo o povo, colocar a Nação brasileira de pé ao rumo da democracia, da soberania, dos direitos do nosso povo. O PCdoB estará, como sempre esteve, nas ruas, nas horas, nos momentos, nos lugares necessários para defender, na radicalidade democrática, a democracia no Brasil. O PCdoB é contra golpe! O PCdoB quer que se avaliem, que se criminalize pela lei todos os corruptos e corruptores deste Brasil, mas o PCdoB não admite coerção a nenhum cidadão brasileiro. Para o PCdoB, antes de o Lula ser o Presidente da República, ele foi mais um dos operários que o fascismo tratou como sempre trata toda a humanidade, seja no Brasil, seja na Alemanha de Hitler, seja o que acontece na Palestina, seja no que acontece e que está materializado na figura daquele menino Sírio morto na beira de um mar imenso pelo fascismo e pelos interesses do imperialismo. Essa é a posição do PCdoB! Nós não temos medo de enfrentar e sairemos às ruas para garantir até o último de nós, se necessário for, a democracia na Nação brasileira.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): Obrigada, Ver.ª Jussara Cony.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Engº Comassetto; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; quero dirigir a minha fala em especial para homenagear dois colegas. O Ver. Alberto Kopittke, que se bandeia lá para Canoas, e eu quero lhe dizer que vamos seguir trabalhando. V. Exa. sabe que tenho negócios lá em Canoas, e vamos fazer, com certeza, um trabalho em conjunto lá, em razão de que V. Exa. vai trabalhar novamente na área da segurança. E nós temos muita proximidade com esse trabalho lá na cidade de Canoas. Queremos contribuir nesse sentido com aquele Município.

E o Ver. Adeli Sell: carinhosamente, nós sempre falamos que eu e o Adeli somos da grande Irai. Eu nasci em Frederico, mas me criei na cidade de Iraí; o Adeli nasceu em Cunha Porã, que faz parte da grande Iraí. Então nós somos daquela região, assim como a então Vereadora Margarete Moraes, nós fazíamos de vez em quando algumas discussões mais sérias, Ver.ª Lourdes, mas confraternizávamos nesse sentido. Fizemos muitos trabalhos em conjunto.

Eu tenho, Ver. Adeli Sell, uma lembrança da sua atuação aqui neste plenário, ainda lá atrás, quando nós não víamos, e não ocorriam, ao menos não estavam publicizandos esses acontecimentos em nível nacional, V. Exa., Ver. Adeli Sell, sempre teve uma certa independência e muitas vezes sinalizou e fez crítica ao seu próprio segmento partidário. Então, eu tenho uma admiração muito grande por V. Exa., porque é independente e não se curva tanto.

Eu tenho, Ver. Cecchim, me preocupado, porque nós, muitas vezes, estamos aqui discutindo as questões nacionais e deixando as questões locais em segundo plano, de modo que não quero me ater às questões nacionais. Agora, só para não deixar passar em branco, o que me marcou muito ontem nesse movimento nacional é que ele foi apartidário. Ele foi contra os corruptos, contra os ladrões da Pátria. E eu, que já andei por mais de um partido, nunca me animei, nunca tive coragem, nunca fui tão atrevido em dizer que este ou aquele partido é totalmente honesto, porque os desonestos estão em todos os cantos, em todos os clubes, em todos os grupos sociais, em todos os segmentos profissionais. Eu tenho uma preocupação muito grande ao fazer uma crítica, quando a faço, para não generalizar: somos todos honestos; somos todos corruptos. Não é verdade! É lamentável que ainda persista esse ranço de dizer que um grupo é só feito de pessoas honestas, que lá só há honestos; e no outro, só há ladrões.

Fazendo esse registro, quero retomar alguns assuntos da Capital, Ver. Idenir Cecchim, V. Exa. que representa o Governo nesta Casa, e Ver. Kevin Krieger, enfim, demais Vereadores. Volto ao assunto da semana passada, àquela catástrofe que tomou conta da Capital, quando nós estávamos naquele momento sensibilizados e muito comovidos até pelo interesse do Governo, das secretarias, dos departamentos darem conta do recado, trabalhando em conjunto. Só que, Ver. Kevin Krieger, as coisas na vida têm um prazo. Esses troncos de árvores não podem ficar como mostruário na Cidade. Aquela situação de quinta-feira ou quarta-feira, em que mostrei desta tribuna, na Rua São Carlos, um tronco de árvore trancando a metade da rua, um tronco bastante grande, em que o Secretário do Meio Ambiente me manda uma resposta, e que aqui fiz a leitura, dizendo que não tem como remover, porque não há área licenciada na Capital para colocar esses troncos de árvores. Ora, se a SMAM é quem licencia, e o Secretário sinaliza que não há área licenciada, nós precisamos observar que esse Secretário – e não faço uma crítica a ele – está impotente perante a burocracia dos técnicos. Essa é a verdade! E quero me somar ao Governo e à oposição nesse sentido.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CLÀUDIO JANTA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Sr. Darci Barbosa, pai do Sr. Luiz Carlos Barbosa, Diretor do Sindicato dos Comerciários da nossa Cidade.

 

O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu quero daqui, Ver. Adeli Sell, lhe dar as boas-vindas e dizer que é uma alegria tê-lo de volta à Câmara de Vereadores de Porto Alegre, V. Exa. que é um andarilho por esta Cidade. Tenho certeza de que vamos ter uma boa convivência com V. Exa., todos nós que lhe temos admiração.

Também quero saudar o Ver. Alberto Kopittke, que está deixando a Casa, com o qual travamos bons combates nesta tribuna. Desejo-lhe muita sorte em Canoas como Secretário de Segurança. É uma pena que o Governador Tarso não tenha visto isso antes, nos anos em que governou o Rio Grande, mas, de todo o jeito, muito sucesso para V. Exa., que siga com sua carreira jurídica e de bom entendedor da segurança.

Eu não ia falar do pronunciamento da Ver.ª Jussara Cony, porque é de um ranço tão grande como o seu partido. Um partido que defende o regime da Coreia do Norte vai dizer o que para o mundo? Bobagem. A Vereadora é uma mulher inteligente, querida, amiga, mas muitas vezes, quando ela é obrigada a se posicionar pelo seu partido, fica triste, Ver. Janta. Não reconhecer as ruas de ontem só pode ser de um partido cego ou de um partido que vive parasitando um outro grande partido, que é o Partido dos Trabalhadores. Eu nunca vi tanta puxação de saco quanto esse pessoal do PCdoB com o Lula. A Feghali, esses dias, entregou o Lula, de microfone aberto, quando o Lula mandou enfiar os processos... Era uma senhora do PCdoB na ânsia de puxar o saco do Lula e acabou enterrando-o um pouquinho mais. E também tem que ter respeito, Ver.ª Jussara Cony, com quem foi para as ruas. A senhora se pegou a um detalhe com as milhões de pessoas que estavam nas ruas, e não foram essas milhões de pessoas que fizeram nada contra um cidadão que tem que ter respeito. A senhora não pode ofender quem saiu na rua ontem dizendo que foi quem fez isso. Não foi. Não foi! V. Exas. não conseguiram mexer com meia-dúzia de saco de gato de ninguém na rua... Foi ridículo o movimento. O movimento dos coxinhas, aqui na Redenção, era ridículo, vendiam coxinhas por R$ 2,00! Isso é uma fortuna! Dois reais por uma coxinha é uma fortuna! Nem por isso se deram ao respeito! Eu achei que as coxinhas eram fornecidas de graça, aí teria um sentido até, uma brincadeira, mas não; exploraram até nas coxinhas que vendiam para quem estava com fome na Redenção! Até na venda das coxinhas exploraram! Imagina só, Ver.ª Jussara Cony, a dificuldade que V. Exa. tem de defender esse tipo de governo, esse tipo de partido! Não é assim! Nós temos que fazer alguma coisa com respeito.

A concentração, ontem em Porto Alegre, foi de mais de cem mil pessoas no Parcão, isso foi uma demonstração de civilidade, de como dá para protestar, de como dá para conviver e discordar. Eram famílias inteiras, pai, mãe, filhos, netos, todos estavam na Redenção; ao contrário do outro lado. E nós estávamos com a camisa e com as cores do Brasil. V. Exa. usa camisa de outros países aqui! Não tem moral nenhuma para reclamar! Nós usamos a bandeira do nosso Brasil! V. Exa. usa a de Cuba, da Coreia do Norte, da Palestina, de quem quer que seja, V. Exa. não pode falar, não tem respeito nem autoridade para reclamar de nós que saímos com a camisa do Brasil! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; pessoas presentes e aquelas que nos assistem pela TVCâmara, boa tarde. Primeiro, eu quero fazer um cumprimento especial ao meu oponente, Ver. Kopittke, que se despediu e que vai atuar na sua área, a de segurança, por justa e merecida indicação, e dar boas-vindas ao Ver. Adeli Sell, que, bom filho, à Casa retorna. Eu já tive o prazer de trabalhar ao lado dele em dois momentos: primeiro, como funcionária desta Casa, e, depois, como Vereadora.

Bem, eu quero fazer um pequeno relato sobre as manifestações de ontem, que foram pacíficas, neste domingo, em Porto Alegre, de forma democrática, contra a corrupção e por um Brasil livre dos desmandos do PT – todos sabem, não é novidade para ninguém, todos os jornais estão anunciando isso. Quem não entender é porque está com grande dificuldade de interpretação.

A concentração foi no Parcão. Milhares de pessoas participaram daquele ato pela democracia e pela liberdade de expressão feito pela sociedade civil. Contamos com o acompanhamento da Brigada Militar, que foi aplaudida pela forma como atuou e cuidou para que tudo transcorresse sem transtornos.

Encontrei várias pessoas, desde crianças, famílias, idosos, enfim, todos ali, todos na mesma sintonia verde e amarela por um Brasil mais decente, menos corrupto. Mas o melhor de tudo o que senti naquele encontro de gerações, naquele encontro da multidão unida e disposta pela mesma indignação, pela mesma causa, é que todos estavam ali de forma tão espontânea, que ficava cada vez mais claro que há dois tipos de cidadãos: os que servem ao seu País e aqueles que se servem dele. E aí é que eu quero entrar. Eu escutei atentamente a fala da Ver.ª Jussara Cony e confesso aos amigos, Vereadores, colegas, que fiquei chocada, surpresa, porque conheço a Ver.ª Jussara Cony e não acreditei na defesa que ela fez aqui. Nós não estamos contra uma sigla; nós estamos contra – o Brasil, a Nação – a corrupção! Ninguém aguenta mais esse mar de corrupção que assola o Brasil. Ora, golpe? Não, não é golpe; é impeachment! Francamente, Marcel Van Hattem, Bolsonaro, fascismo, defender aqui radicalismo, dizer que o PCdoB que é contra o golpe é não querer ouvir o clamor das ruas, senhoras e senhores. Eu estava nas manifestações todas.

Vejamos – contra fatos, números, matérias ninguém pode ir, não é? –, vou puxar aqui, da última revista Isto É (Lê.): “Erenice operou propinas na campanha de 2014”. Como jornalista eu gosto muito de trazer esses fatos. “Delcídio revela, na sua delação premiada, um sofisticado esquema de corrupção nas obras da usina Belo Monte. As informações estão dispostas no anexo sete da delação, obtido por ISTOÉ na quarta-feira 9...”. “Segundo o senador, um ‘triunvirato’, formado pelos ex-ministros Erenice Guerra, Antônio Palocci e Silas Rondeau, movimentou cerca de R$ 25 bilhões e desviou pelo menos R$ 45 milhões dos cofres públicos diretamente para as campanhas eleitorais do PT e do PMDB em 2010 e 2014... ‘A propina de Belo Monte serviu como contribuição decisiva para as campanhas eleitorais de 2010 e 2014’ afirmou o ex-líder do governo no Senado aos procuradores. [Eu estou pulando as notas porque é muito longo.] ...é a primeira vez que uma testemunha revela com detalhes como funcionava o esquema, qual o destino do dinheiro desviado e aponta o nome dos coordenadores de toda a operação.” Senhores, eu recomendo que leiam.

O que eu quero dizer com isso? Ninguém aqui está crucificando uma sigla. O que nós, brasileiros, não aceitamos mais, estamos cansados é do esquema, do rolo, da corrupção, do desvio de dinheiro público, tirado de áreas – e o povo está sentindo: da saúde, da segurança, da educação. O que o povo brasileiro clama é por um Brasil decente! O que falta, neste momento, é um comando sério, apenas isso! Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

(O Ver. Paulo Brum assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa tarde, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que nos assistem; quero cumprimentar o Ver. Adeli Sell, seja bem-vindo; e gostaria de cumprimentar o Ver. Alberto Kopittke pelo trabalho que vai iniciar nesta grande cidade, nossa vizinha, Canoas.

Ontem eu tive a tranquilidade de jogar a minha bolinha de manhã e depois fui para casa e fiquei assistindo, vamos dizer assim, a voz do Brasil. E isso me levou a refletir bastante sobre todo aquele pessoal em São Paulo, no Rio, em Minas, meu Estado, e me deixou muito tranquilo e contente, porque não havia ali naquela multidão, naquela maioria, uma voz política. Era um País reclamando de uma corrupção. A gente sabe que a corrupção, Ver. Clàudio Janta, Ver. Dr. Thiago, está em todos os lugares; assim no nosso futebol, na nossa instância maior, a CBF, na nossa entidade maior, a FIFA, que o Senador Romário tanto combate. Mas uma coisa me deixou muito, mas muito tranquilo e me levou a refletir como cidadão e não como Parlamentar, que é a minha busca sempre, desde que entrei aqui na Câmara de Vereadores, pela educação e pelo esporte.

Houve uma reportagem, Ver. Dr. Thiago, no Fantástico, em que entrevistaram um pai com duas crianças, que disse que tinham se vestido de amarelo e estava lá com os filhos porque queria lutar por um Brasil melhor para os filhos. Aquilo me emocionou porque era a fala de um senhor mostrando ao País que ele queria um País para os filhos com segurança, educação, esporte, porque um país só vai ser grande, um país de Primeiro Mundo, quando tivermos segurança, educação e esporte. Aí, vamos formar grandes cidadãos dentro deste País. Essa fala ontem na rua me emocionou muito. Não estou aqui querendo culpar A ou B pela corrupção, mas foi tão grande, tão grande que o povo foi para a rua. Vi lá também o Aécio Neves, conterrâneo de Minas Gerais, do seu avô Tancredo Neves, que Minas rejeitou também. Quando ele chegou houve meia dúzia, 10 ou 15 aplausos e o resto pediu para ele sair porque aquilo ali era do povo reclamando, pedindo, implorando para que olhassem pelo nosso País, que tivessem mais respeito com o nosso País. Essa foi a fala que ouvi ontem e isso me emocionou e me leva a pensar muito e muito. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, colegas Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara, quero saudar o Ver. Alberto Kopittke, com quem tivemos, neste período em que esteve aqui nesta Casa, uma convivência republicana e democrática. O Vereador muito contribuiu na área de segurança pública desta Cidade, muito nos ajudou neste período, e espero que ajude muito a cidade de Canoas, os trabalhadores de Canoas na área da segurança pública. Quero também dar as boas-vindas ao Vereador desta Casa, ex-Secretário de Indústria e Comércio Adeli Sell, que com certeza muito irá ajudar esta Casa e a população de Porto Alegre.

Não poderia, no dia de hoje, me furtar de falar do grande dia cívico que tivemos ontem; queiram ou não queiram as pessoas, ontem foi um dia cívico. Já tive oportunidade de falar, nesta tribuna, de alguns momentos cívicos de que participei neste País, dentre eles a campanha das Diretas Já no Largo Glênio Peres da Prefeitura de Porto Alegre, onde lá estavam, Ver. Kevin Krieger e Mauro Pinheiro, todos os partidos políticos pedindo a democracia neste País, as diretas neste País. Lá estavam Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Luis Inácio Lula da Silva; lá estava uma gama de artistas, lá estava uma série de Deputados, Senadores, lá estava a União Brasileira de Estudantes, lá estava a União Nacional de Estudantes, lá estava a CGT e a CUT, e lá não se botou o número de pessoas que se botou ontem. Tive o prazer de participar de grandes atos do Fora Collor, onde também estava, Ver. Alex, toda essa quantidade de partidos e entidades, as novas centrais que surgiram, as novas entidades de estudantes e não estava o número de pessoas que estavam ontem nas ruas. O que diferencia tudo isso de março do ano passado? Ontem tinha pessoas que perderam seu emprego; ontem tinha pessoas que perderam o seguro desemprego; ontem tinha pessoas que estavam ameaçadas de perder a sua aposentadoria; pessoas que vão ao supermercado, toda a semana ou mensalmente; pessoas que veem o seu salário diluído; ontem tinha coxinha, empadinha, croquete, tinha pé de moleque, tinha tudo – ontem era um banquete gastronômico. Não eram só coxinhas – olhem as redes sociais, tinha de tudo. E a diferença é que ontem as pessoas não estavam lá para proteger seus bandidos de estimação, as pessoas estavam lá para pedir saídas para o Brasil, para a geração de emprego e renda, para proteger a indústria nacional. As pessoas estavam lá para dar um basta a tudo isto que está se vendo neste País. É por isso que as pessoas estavam lá ontem. E não adianta vir com mais provocação, não adianta. E até vamos pegar, então, a Matemática, que é uma ciência exata, Ver. Tarciso e Ver. Bernardino. Os números da Brigada Militar dizem que num lado tinha cem mil; no outro, tinha dez. Então, de cada dez pessoas em Porto Alegre, nove querem a mudança. De cada dez pessoas em Porto Alegre, nove querem a mudança. Essa é a estatística. Nove querem oxigenar, nove querem o direito de ter emprego, nove querem...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: ...o direito de ter o seguro-desemprego, seguro defeso, as conquistas sociais pelas quais muito se lutou neste País e que o Presidente Lula ajudou a avançar, mas que agora estamos retrocedendo há muito tempo. E nós queremos que este Governo volte para o trilho, mas este Governo não voltou para o trilho; pelo contrário, este Governo se rendeu aos banqueiros, e está comprovado isso. Este Governo se rendeu ao capital, e está comprovado isso. Então, ontem o povo foi para a rua, o povo de todas as bandeiras, de todas as cores, de todas as camadas sociais. O povo foi para a rua ontem, exigindo mudanças e exigindo transformações. E com muita força, fé e solidariedade, isso vai acontecer no Brasil. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

(O Ver. Engº Comassetto reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. KEVIN KRIEGER (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente, entrar na Ordem do Dia, tendo em vista que algumas lideranças da área do esporte, por termos um projeto a ser votado hoje, estão aguardando desde as 14h. Após retornamos à ordem normal.

 

O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): Acolho a sua sugestão.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, quando tivemos uma reunião na semana passada, o senhor, que, inclusive, faz parte da Mesa, reclamou dessas transferências de Grande Expediente. Existe uma fila de Vereadores querendo falar. Eu já transferi no meu limite, assim como o Ver. Clàudio Janta. Vários Vereadores aqui estão reclamando, porque querem ter o seu espaço no período de Grande Expediente. Não pode continuar assim, por uma ou outra situação.

 

O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): Quero dizer que este Vereador, na condução dos trabalhos, não postergou o Grande Expediente; só estava fazendo uma mudança na ordem no dia de hoje, de acordo com o que está previsto. Não estávamos passando para outro dia. O Ver. Kevin Krieger requereu entrar na Ordem do Dia agora; logo após, viria o Grande Expediente. Sob o meu ponto de vista, quem está inscrito no Grande Expediente tem preferência. Se o Ver. Delegado Cleiton e o Ver. Clàudio Janta acolherem esse pedido, nós aceitamos o encaminhamento. Vamos, então, manter a ordem dos trabalhos. Eu consulto os líderes da oposição e da situação, por favor, para que possamos ter um entendimento do trabalho.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA (Requerimento): Sr. Presidente, em virtude de que há pessoas aguardando a votação de projetos nesta Casa, solicito a transferência do período de Grande Expediente para a próxima Sessão, e que entremos imediatamente na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, foi acordado com os Colegas, e foi feita essa troca. Só vou pedir uma coisa: o respeito com os colegas que estão inscritos no Grande Expediente, senão fica fácil – eu troco aqui, sem consultar primeiro quem de direito tinha que falar. É isso que eu estou tocando nesta pauta. Se quem, de direito, tinha que falar agora era eu e o Ver. Clàudio Janta, teria que conversar comigo antes de vir aqui na frente. Isso é falta de respeito.

 

O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): Muito bem. Está acolhido o seu registro.

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Ver. Comassetto, eu quero retirar o meu Requerimento e vamos deixar o Grande Expediente acontecer, se é assim que o Ver. Delegado Cleiton quer.

 

O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): Desculpe-me, Ver. Kevin Krieger, entendo o seu encaminhamento, mas acabamos de aprovar o Requerimento de autoria do Ver. Clàudio Janta, a não ser que o senhor faça outro Requerimento.

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Está bem, vamos manter a Sessão, vamos entrar na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE (Engº Comassetto): Muito obrigado.

 

(O Ver. Delegado Cleiton assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton – às 16h39min): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. KEVIN KRIEGER (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem da priorização de votação, conforme segue: em primeiro lugar, o PLL nº 244/14; logo após, o PLL nº 067/15. Após retornaremos à ordem normal.

 

O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Lourdes Sprenger, o Requerimento de autoria do Ver. Kevin Krieger. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 22 votos SIM.

Apregoo a Emenda nº 03, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, ao PLL nº 244/14.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2638/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 244/14, de autoria do Ver. Kevin Krieger, que estabelece regras para a prática de esportes náuticos e de esportes terrestres por amadores e por profissionais no Lago Guaíba e na faixa de areia de sua orla e revoga a Lei nº 8.807, de 12 de novembro de 2001. Com Emendas nºs 01 e 02.

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02;

- da CEFOR. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02;

- da CUTHAB. Relator Ver. Carlos Casartelli: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02;

- da CECE. Relator Ver. Dinho do Grêmio: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02;

- da CEDECONDH. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 09-03-16 por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Em discussão o PLL nº 244/14. (Pausa.) O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para discutir o PLL nº 244/14.

 

O SR. DR. THIAGO: Colegas Vereadores e Vereadoras, Ver. Kevin, quero dialogar com Vossa Excelência e saudá-lo pelo projeto. Observava o art. 10 – este é um projeto que estabelece regras para a prática de esportes náuticos e de esportes terrestres por amadores e por profissionais no lago Guaíba e na faixa de areia de sua orla. Quero dizer que realmente vejo o art. 10, parágrafo único, com bastante entusiasmo, pois estabelece um comitê gestor, que deverá ser paritário, constituído pelas secretarias municipais competentes, por entidades representativas de cada categoria esportiva, por associações de moradores da região que tenham acesso à orla, por meio de seus representantes legais, com a coordenação do Executivo Municipal. Nós hoje, Ver. Kevin, no Extremo-Sul, em especial no Lami, temos uma dificuldade extremamente grande. Caminhamos no início do verão com o Secretário da SMAM ao longo de toda a orla, quando foram identificadas áreas necessárias de abertura, que já têm naturalmente abertura. E mais uma vez a população do Lami ficou privada do acesso ao lago Guaíba. Nós precisamos modificar isso, são aberturas naturais em que se pode proceder à limpeza, sim, e que não se vai estar degradando o meio ambiente. Pior, se não forem feitas ou pela SMAM, ou pela própria iniciativa privada da região, que se dispôs a fazer, bastando uma autorização simples da SMAM – se nós tivermos essa parceria do órgão ambiental –, nós podemos até ter vítimas nessa região! Já diversas crianças se embrenharam no meio desses juncos, às vezes não são nem juncos, são sujeiras criadas pela vegetação da orla e que precisam ser limpas. Isso não é uma questão de preservação do meio ambiente, é de preservação do meio ambiente sob pena da limpeza da praia!

Então, essas entradas são fundamentais. A população, as associações realmente precisam ter um conselho gestor para poder administrar isso para a prática dos esportes e para a utilização da orla! Nós não pudemos continuar sonegando a orla, sonegando o rio às pessoas. A Cidade não pode continuar de costas para o rio. Ela, efetivamente, tem que ter o rio como uma forma de, inclusive, obter a sua subsistência! O rio, o lago Guaíba, como queiram chamar, pode ser sede de muitos empregos, Ver. Mendes Ribeiro. Ele pode, na medida em que se desenvolve o transporte hidroviário no Extremo-Sul, no Lami, atrelar o turismo que chegará àquela região, fomentando a economia daquela gente! Mas nós precisamos ter um olhar diferenciado. Nós não podemos continuar no “não pode sempre”, “não pode nada”! Eu aqui digo: não pode ser assim!

Volto a dizer, o que a comunidade solicitou este ano vem solicitando todos os anos, há muito tempo; não se trata de vilipêndio ao meio ambiente, de forma alguma, se trata de uma limpeza e um cuidado da orla que precisa ser feito. O seu projeto, Ver. Kevin, junto com os que praticam esportes náuticos, junto com a comunidade e junto com o Executivo, acaba unindo esses três atores, que serão fundamentais para que isso realmente ocorra. Parabéns, quero reforçar esse parágrafo único e desejar que esta lei deixe de ficar somente no papel e seja, sem dúvida nenhuma, implementada para o benefício da população.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Cassio Trogildo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para discutir o PLL nº 244/14.

 

A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, quero cumprimentar o Ver. Kevin Krieger pela iniciativa. Eu aproveitei muito o rio Guaíba na época em que fui velejadora. Temos um dos melhores rios do País, para quem é da vela. E hoje quem tem a oportunidade de conhecer a área litorânea de cidades que prezam o turismo observa a preocupação de se manter o local bem cuidado, porque isso, como já foi dito aqui pelo Ver. Dr. Thiago, traz turismo, propicia aos moradores também a participação. E quem não gosta de chegar em um local na beira de um rio, ou de um lago, ou na beira de uma praia e ter um lugar acessível? Eu acompanhei a luta do Ver. Dr. Thiago na época em que era Presidente da COSMAM, fizemos uma longa caminhada no Extremo-Sul, lá onde temos o Lami. Lembro bem da luta dos moradores, pessoas simples que queriam aproveitar mais o rio e eram impedidas pelo crescimento do junco e de outros arbustos. Certamente, com um bom estudo, com biólogos, poderia ser feito um melhor aproveitamento sem causar danos ao meio ambiente.

Também observei as simples churrasqueiras que as pessoas aproveitam tão bem – muito mal restauradas –, mas as pessoas estavam ali aproveitando, porque aquela ali é a oportunidade. E, se pudéssemos propiciar o esporte, existem tantos esportes econômicos que podem fazer a descontração das pessoas, dos jovens que estão nessa orla – eu não falo somente daqui até Ipanema, eu falo numa maior abrangência, que vai lá para o Lami também –, seria muito importante desde que seja também dada continuidade na sua execução.

Nada a contestar em relação ao projeto. E ver que esta é a visão de quem conhece outros lugares, uma visão que se tem que ter, porque não dá para chegar aos lugares e ver bancos quebrados, tudo malcuidado, para se fazer uma tarde de lazer. Queremos dizer que, na área do esporte, devemos incentivar mais a vela, temos bons clubes náuticos, mas há muito a incentivar, como o uso do catamarã no Guaíba, que foi uma dificuldade, mas é algo que vem para facilitar e nos aproximar de outras cidades. Vamos usar mais o esporte à vela, é muito bom, é saudável, e tantos outros que estão vindo e que se assistem em outras cidades e que podem ser desenvolvidos na nossa Cidade, no nosso rio, nas nossas praias, propiciando um local de aproveitamento e emprego nessas regiões. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra para discutir o PLL nº 244/14.

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Boa tarde, queria cumprimentar o Presidente desta Casa, Ver. Cassio Trogildo; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, toda a rapaziada dos esportes e das associações que hoje estão conosco. Agradeço ao Ver. Dr. Thiago e à Ver.ª Lourdes, que já declararam apoio ao projeto. Quero falar rapidamente de algumas questões que acredito serem muito importantes para deixar tranquilos os Vereadores que votarão neste projeto.

Esse projeto começou a ser discutido e debatido com as lideranças dos esportes e com associações de bairros no ano passado. Foram 15 reuniões de trabalho com associações esportivas, com associações de bairro, e queria citar algumas: Associação Brasileira de Esportes Náuticos; Federação Gaúcha de Stand Up Paddle; SMURB, que esteve à frente desse processo; Marinha do Brasil, que está presente através do Luciano, foi uma grande parceira na construção desse projeto; Associação dos Moradores do Bairro Ipanema; Associação de Ipanema Eu Moro, Eu cuido; também o João Carlos, do projeto de limpeza das orlas, entre outras entidades representativas dos esportes terrestres.

Este projeto visa, principalmente, Ver. Pujol, à segurança das pessoas e ao regramento dos esportes náuticos e esportes terrestres, para que tenhamos uma orla bem utilizada, para que tenhamos cada vez mais turismo na nossa Cidade, para que tenhamos cada vez mais saúde na nossa Cidade, porque, quanto mais esporte, mais saúde a nossa população vai ter. Quando começamos este trabalho, tivemos visitas de algumas entidades, por exemplo, Cristiano, que está aqui conosco, do jet sky, que utiliza a orla de Ipanema, e do stant up também. Acidentes hoje podem ocorrer e ocorrem, e nós não temos um regramento de acesso de equipamentos, nós não temos um regramento muitas vezes de como a orla e a areia podem ser utilizadas. Quem é que pode chegar e utilizar a orla? Em que área? E a Marinha tem sido muito parceira nesse processo porque, dentro da água, o Município não responsabilidade, mas a Marinha, sim. Quais os espaços próprios para banho, por exemplo? Cristiano, o kitesurf pode gerar muita insegurança para o banhista e para a pessoa que vai utilizar o esporte, mas nós não podemos simplesmente dizer: “Não pode usar”. Nós temos é que regrar, nós temos que ter, sim, espaços que sejam utilizados, Ver. Tarciso, tanto o futebol na areia quanto o beach tennis, o vôlei, o rugby, que hoje é praticado também na orla da Guaíba.

Por que não ter um comitê gestor em que todas essas lideranças possam sentar e conversar com o Governo Municipal? E juntos podem discutir, debater e encaminhar situações importantes.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Kevin Krieger prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, para discutir o PLL nº 244/14, por cedência de tempo do Ver. Tarciso Flecha Negra.

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Agradeço ao Ver. Tarciso por me ceder mais este tempo para eu poder finalizar meu pensamento.

Dr. Thiago, tu fizeste uma colocação exatamente sobre o art. 10, parágrafo único, que eu considero o mais importante nesse projeto. Quando nós nos reunimos com as associações, durante esses quinze encontros que fizemos, alguns diziam: “Nós temos que regrar, temos que colocar área tal para o esporte tal e já trazer o projeto definido para a Câmara.” Nós sentamos, conversamos, dialogamos e entendemos que era melhor constituirmos um comitê técnico para fazer essa discussão com as Secretarias responsáveis. Essa foi a ideia deste comitê gestor, e, sim, poder cobrar dos órgãos municipais mais segurança para os banhistas lá no Lami, na Região Extremo-Sul, porque hoje podem estar tomando banho ao mesmo tempo em que há alguém ali com um jet ski. Aqui ninguém quer proibir a utilização deste ou daquele tipo de esporte, nós só queremos o regramento para que não tenhamos acidentes no Guaíba. O Governo Municipal vem fazendo todo o esforço para melhorar as águas do Guaíba. Daqui a pouco não é só o Extremo-Sul que estará próprio para banho; outras áreas da Cidade também estarão próprias para banho. E a utilização do Guaíba vai ser muito maior, só que, para essa utilização, temos que já agir preventivamente para ter esse regramento. Nós temos tantos esportes na Cidade, e isso inclusive vai mexer com o empreendedorismo na Cidade. O stand up padlle, Pujol, é aquela prancha em que as pessoas têm um remo, remam em cima, hoje é febre mundial e há em várias áreas do nosso Guaíba, por exemplo. Tomara que nós possamos ter em toda a área do Guaíba para que os empresários de Porto Alegre possam vender mais pranchas, e as nossas crianças, adolescentes e jovens possam utilizar mais este esporte para ter mais saúde e usar menos o SUS.

 

A Sra. Lourdes Sprenger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só uma observação, Ver. Kevin, para que o seu projeto seja aprovado sem problemas: a Emenda nº 03 fala em comitê gestor. Nós não temos esta atribuição para comitê gestor, não é? É o Executivo. É só esta observação, para não dar problemas.

O SR. KEVIN KRIEGER: Sim, o Executivo é o responsável. Nós propomos que o Executivo Municipal faça a construção deste comitê gestor paritário, sob a coordenação do Executivo Municipal – paritário, entre as entidades e associações de bairro. E, Ver. Thiago, há mais uma questão que eu gostaria de colocar quando V. Exa. fala na questão do Lami: onde a orla estiver, em cada bairro, este comitê gestor terá um representante da associação do bairro. Se for no Extremo-Sul, se for no Lami, terá um representante do Lami; se for em Ipanema, terá um representante de Ipanema. Isso é muito importante para que possamos ter mais segurança, mais esportes na nossa Cidade e para que a nossa orla possa ter cada vez mais utilização com segurança. Muito obrigado. Agradeço a todos os Vereadores e peço que estejam conosco neste projeto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para discutir o PLL nº 244/14.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público que nos assiste nas galerias; em primeiro lugar, quero parabenizar o Ver. Kevin Krieger por este projeto. Concordo plenamente com o Vereador e também com o Ver. Dr. Thiago, que falou que Porto Alegre muitas vezes não aproveita, está de costas para o Guaíba. Muitas vezes escutei vários Vereadores subirem à tribuna e falarem que não aproveitamos o Guaíba, que não o utilizamos, e, realmente, o nosso rio Guaíba é subutilizado.

Muitas vezes viajamos a pontos turísticos – Ver. Tarciso, que viajou com o Grêmio por este mundo afora –, as pessoas ficam maravilhadas em visitar lagos ou rios menores do que o Guaíba, que têm infraestrutura, têm restaurantes, esportes náuticos, atividades. E as pessoas viajam o mundo para encontrar lugares belos como o nosso rio Guaíba. Aqui, Ver. Idenir Cecchim, muito pouco se utiliza. Quando Presidente desta Casa, eu tive a oportunidade, no Parlamento Metropolitano, na organização, de viajar pela região metropolitana e conheci vários dos rios que estão aqui citados pelo Ver. Kevin Krieger que se ligam ao Guaíba e que a grande maioria da população não conhece. Em São Jerônimo, tive a oportunidade de almoçar num belo restaurante à beira do Guaíba, comer peixe, e a grande maioria da população da Região Metropolitana não conhece esses lugares.

Então, acho que está na hora de Porto Alegre começar a utilizar mais não só o rio Guaíba como todos os seus afluentes. E, para que isso aconteça de forma sustentável, não agredindo o meio ambiente, é necessária, sim, uma regulamentação. Pelo que li no projeto do Ver. Kevin, ele já teve a preocupação de conversar com várias entidades, porque ali estão citadas e englobadas num projeto bastante específico, que demonstra como ele se aprofundou nas relações das pessoas que vão participar desse projeto. É um projeto bastante louvável, e tenho certeza de que, aprovado, seguindo as recomendações de todos os artigos aqui definidos, das emendas que foram protocoladas – há uma emenda da Ver.ª Sofia que coloca a preocupação com o meio ambiente –, Porto Alegre ficará numa posição de vanguarda na utilização do rio Guaíba, que seja um marco de início dessa utilização. Também há preocupação com a participação dos clubes que estão no entorno do Guaíba, com a participação da Secretaria do Meio Ambiente.

Quero parabenizar V. Exa., Ver. Kevin Krieger, e dizer que pode contar com o nosso apoio. Destaco o cuidado que V. Exa. teve, inclusive prevendo multas para quem não cumprir com o regramento, sempre colocando a Secretaria do Meio Ambiente, a Secretaria dos Esportes – as secretarias envolvidas –, para que sempre se possa ter a melhor colocação, a melhor utilização, também prevendo a segurança dentro do projeto, não só das pessoas que vão praticar esses esportes, mas também das pessoas que vão estar no entorno olhando, participando. Com certeza, vai trazer, Ver. Nedel, que sempre se preocupa com o turismo na Cidade através da Frente Parlamentar do Turismo, uma oportunidade para que a gente possa incentivar o turismo em Porto Alegre. Então, conte com o nosso apoio, Ver. Kevin, eu tenho certeza de que vai ser muito importante, um marco inicial para melhor utilização do lago Guaíba na cidade de Porto Alegre.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 244/14.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, acho que a exposição feita pelo autor é suficientemente clara para merecer o nosso apoio. Alias, faço questão de assinalar: todas as Comissões que examinaram a matéria – e não foram poucas, todas: a Comissão de Constituição e Justiça; a minha Comissão, a Comissão de Educação Cultura e Esporte; a Comissão de Urbanismo, Transportes e Habitação; a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul; a Comissão de Defesa Do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana –; todas, repito, as cinco Comissões que examinaram o projeto, recomendaram a aprovação do projeto e das Emendas nº 01 e nº 02. Se a exposição dos Vereadores proponentes não fosse suficientemente clara para justificar o nosso apoio, eu tenho sustentado permanentemente que nós devemos reconhecer, quanto aos méritos e à juridicidade das proposições, a relevância do encaminhamento da matéria às Comissões Técnicas. E, se todas as Comissões Temáticas aprovam um projeto de lei como este... Nós até estudamos, o Vereador-Presidente sabe disso, a possibilidade de também ceder para esses casos a aprovação do projeto sem necessidade do exame do plenário.

Há uma certa contradição, inclusive, numa matéria que recebeu cinco pareceres favoráveis sendo submetida ao plenário. Qualquer uma decisão em contrário seria desarticular todo o processo de análise técnica que a matéria é precedida antes de chegar aqui à votação. Aliás, a única ressalva que poderíamos apresentar está contida na Emenda nº 03, proposta pela Ver.ª Sofia Cavedon, que apresenta essa emenda no dia de hoje, e certamente nós vamos dispensar do envio para o exame das comissões e sobre a qual nós ficamos na necessidade de nos posicionarmos em relação à Mesa agora e já. Eu, de qualquer sorte, quero dizer que, se ao final e ao cabo vier a concluir que essa emenda se ajusta ao conjunto do projeto, haverei de fazer uma subemenda.

Não sei por que nesse projeto se estabelece que a execução contará com a participação de entidades representativas de cada categoria e de associações de moradores por meio de seu representante legal, bem como da Delegacia da Capitania dos Portos da Marinha do Brasil, Secretaria do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável do Rio Grande do Sul, envolvendo ações de diagnóstico, monitoramento e controle ambiental. Primeiro, Ver. João Bosco Vaz, estranho que esteja a SMAM aqui e não esteja a Secretaria Municipal de Esportes. Digo que estranho e me dirijo a V. Exa., que foi e de certa forma ainda mantém íntimas ligações com a Secretaria Municipal dos Esportes do Município de Porto Alegre. Aqui o que estamos falando é de uma Secretaria de âmbito estadual. Lógico que o complexo do Guaíba acaba sendo algo multidisciplinar do Município, que engloba vários municípios, engloba Canoas, Gravataí, Cachoeirinha, mas, convenhamos, a legislação de que estamos tratando aqui é do município de Porto Alegre. Sendo coerente com o que disse na Comissão, o Município deu um passo importantíssimo.

 

O Sr. Kevin Krieger: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol nós não citamos as secretarias municipais porque isso fica a cargo do Executivo Municipal. Secretaria Municipal de Esportes, Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Secretaria de Segurança, entre tantas outras Secretarias que vão compor este Comitê Gestor têm que ser definidas pelo Prefeito e pelo Executivo Municipal.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: O seu aparte esclarece, até porque, nas emendas que V. Exa. sugeriu, existe essa inclusão, que faz essa proposta. Então concluo, Sr. Presidente, dizendo o seguinte: acredito que o Município deu um passo muito avançado – o Município e a Câmara de Vereadores da mesma forma –, regulando um fato que é uma realidade. Quando se fala, aqui nesta emenda, em associação de moradores, qual é a associação de moradores?

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: ...Se o lago Guaíba se estende por toda essa amplitude, em determinado momento ele está às margens de uma área que é a Associação de Moradores do Bairro Navegantes, outra vai ser de Belém Novo, outra vai ser de Ipanema... Num grupo só, como vamos colocar todas? Há uma certa contradição no processo, mas o projeto, com as duas primeiras emendas, deve ser aprovado por unanimidade agora e já.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Dr. Raul Fraga está com a palavra para discutir o PLL nº 244/14.

 

O SR. DR. RAUL FRAGA: Ver. Cassio, Presidente da Casa; Ver. Kevin, autor do projeto, vim à tribuna para me somar àqueles que sabem da necessidade da boa utilização do nosso lago Guaíba e do regramento que se faz necessário para a prática esportiva tanto na orla como dentro do lago. Já tive oportunidade de usar várias vezes o lago Guaíba para velejar com algum amigo, até de hobie cat já andei na época do União, fizemos até um time de remadores do União, então a gente conhece um pouco de como é esse manejo. Vários esportes náuticos novos vêm se somando; a gente vê, quando passa pela orla, várias pessoas praticando – apesar da nossa, vamos dizer assim, melhoria necessária da nossa água do Guaíba, que, agora, com o Socioambiental tem a tendência de melhorar bastante. Eu vejo que este projeto realmente dialoga com a necessidade da Cidade e do equilíbrio necessário que temos que ter entre o nosso lago Guaíba e aquelas pessoas que usufruem dele na cidade de Porto Alegre. Então, eu vim, na realidade, para me somar e cumprimentar o Ver. Kevin, que conseguiu construir esse processo junto às pessoas que realmente praticam, que são interessadas diretamente. Eu tenho certeza de que esta aprovação aqui vai ser por unanimidade, acredito que vai acontecer, vai facilitar o lazer, o esporte, que, em última análise, é uma coisa que nos desestressa, que nos dá qualidade de vida. E todos nós precisamos estar unidos nesse sentido.

Eu queria também, aproveitando, já que nós estamos falando do nosso lago Guaíba, cumprimentar o pessoal de ontem lá da Feira do Peixe da Ilha da Pintada, pelo qual tenho um carinho muito especial. Estivemos lá, é mais um ano da Feira do Peixe. Temos, até agora, uma rainha, uma menina linda, que agora não tenho o nome aqui, mas que, com certeza, ela sabe que estou falando a respeito dela. Quem vê o rio, quem vive o rio é diferente de quem vive no centro de uma cidade, quem vive só nessas coisas do dia a dia, porque o rio, o contato com o rio te traz equilíbrio, ele te traz saúde mental, ele te areja a mente – é importante. A situação, o meio ambiente em volta do rio, dentro dele, ele faz com que vivamos, muitas vezes, melhor – e assim, como nós temos o contato com a natureza, as nossas árvores. Hoje tivemos aqui também pessoas ligadas há muitos anos, desde o tempo do Lutzenberger, à questão ambiental; realmente precisamos valorizar o nosso meio ambiente e trabalhar bem essa questão. E este projeto certamente dialoga não só com o esporte, não só com o dia a dia da Cidade, mas dialoga, de maneira profunda, também com o meio ambiente. Então, eu acho que é uma iniciativa de grande potencial que vai trazer, realmente, para a Cidade um ganho que é fundamental para todos.

Eu queria aproveitar também para dizer que, em relação a esta área do Guaíba, também tenho um projeto, é o que cria o aquatáxi em Porto Alegre, que eu acho que é muito importante para que possamos – assim como temos o catamarã, que ajudamos a criar – criar um sistema para usar o táxi dentro da nossa orla, a nossa hidrovia realmente. Que os órgãos que dela se utilizam e que nela têm responsabilidade se organizem, para que possamos ter também em Porto Alegre um transporte através de aquatáxi, que eu tenho certeza de que vai auxiliar muito as pessoas. Só para dar um exemplo, um aquatáxi levaria cinco minutos para levar as pessoas da Ilha da Pintada até o Centro, onde a maioria trabalha, enquanto que um ônibus leva uma hora, uma hora e meia. Faz uma diferença fundamental na vida das pessoas!

Quero, mais uma vez, saudar a iniciativa do Vereador e dizer que quem ganha com isso é a saúde e a cidade de Porto Alegre.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 244/14.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Serei bem rápida. Quero valorizar a iniciativa, a complexidade da construção, a interlocução aqui noticiada. Eu espero que haja um acolhimento da nossa emenda, que tem a intenção de contribuir. Ela lembra que nós precisamos observar, para o uso das águas no Delta, o plano de manejo do Parque, que já está homologado, e o plano de manejo da APA de todo o Delta do Jacuí, que está em final de discussão. Ele vai, inclusive, nos dar elementos para a regularização fundiária dos moradores; enfim, vai começar a dar condições de melhor manejo e aproveitamento do Delta do Jacuí. A gente está incluindo esses dois planos de manejo e sugerindo à Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Aqui, o Ver. Pujol já se referiu a isso.

No Município de Porto Alegre, esta Câmara de Vereadores é muito cobrada – falo aqui aos representantes dos esportes, parabenizando pelo protagonismo – por, por exemplo, não estabelecermos diretrizes para a regularização fundiária, no Plano Diretor, para as ilhas. Do que nós dependemos, Ver. Pujol? Do plano de manejo, que foi contratado pelo Governador Tarso no início do seu Governo, foi elaborado e está em última fase. Foi um plano de manejo feito participativamente, demoradamente, com clubes, com moradores, enfim, com todos os interlocutores, e este plano de manejo nos dá condições, inclusive, de avançar no esporte náutico.

Eu pude conhecer o mercado das águas na Tailândia – e como me lembrei das nossas ilhas –, vi o quanto eles conseguem trabalhar as águas, preservá-las e desenvolver a integração esportiva, econômica, cultural das águas, é muito diferente da nossa história. Então eu acho que a grande novidade, o grande mérito, Ver. Kevin Krieger, é que, de fato, a municipalidade vai instalar a mediação do uso dessas águas, vai criar critérios, demarcar zonas, a partir da interlocução com todos os interessados. Isso é uma grande novidade para a cidade de Porto Alegre. Nós vamos apostar que dê certo. Parabéns! Espero que as nossas emendas possam contribuir com esse belo debate, que foi trazido através do projeto de lei, construído coletivamente e assinado pelo Líder do Governo. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para discutir o PLL nº 244/14.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, tudo que for para olhar para o nosso lago – eu sempre chamo de nosso rio, rio Guaíba –, tudo que for para olhar, para usar, para cuidar, eu vou votar sempre a favor, não tenham dúvida disso. Nós temos um rio que ganhamos de presente de Deus e resolvemos ficar de costas. Agora, Ver. Kevin, o seu projeto veio na hora boa – podia ter vindo antes, mas veio. E eu quero dizer que vou aprovar com toda a convicção.

Mas tenho uma pequena restrição à emenda da Ver.ª Sofia, que coloca mais um ente, tranca rua aí, vai colocar a Sema - Secretaria do Meio Ambiente do Estado. O meu medo é que comece a aparecer esse pessoal que quer estudar o caramujinho da areia, a alga do meio do rio e acabe atrapalhando o projeto. Esse é o problema! Muita gente trancando rua! Eu acho que, quanto mais simplificarmos o projeto, com menos emendas, mais objetivo, mais rápido, é melhor para que se aprove uma coisa que todos nós queremos. Ninguém vai destruir nada, quem usa o rio, usa e cuida. Quem usa o rio, cuida das ilhas, cuida da orla, cuida do meio do rio, cuida se o rio está sujo ou não. Quem usa o rio é o melhor fiscal e o seu melhor cuidador. Então, vamos entregar o rio para quem gosta da água, para quem gosta do rio, para quem quer passar pelo rio, para quem quer fazer esporte no rio, vamos entregar para eles. Chega dessa fiscalização que temos que cuidar das coisas que não precisam e liberar o que é desnecessário. É neste sentido que quero chamar a atenção: vamos parar de colocar somente gente para fiscalizar, para dizer “não”, chega de tranca-rua. Quem sabe cuidar do rio são os que usam o rio, que aproveitam aquilo que Deus nos deu de graça. Vamos cuidar muito dele, Ver.ª Sofia, mas acho que não precisa de tantas Secretarias assim para cuidar, nós vamos cuidar mais do que a Secretária de Meio Ambiente. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. KEVIN KRIEGER: Presidente, estamos finalizando, enquanto estamos nas discussões, uma Subemenda para retirar alguns itens da Emenda nº 03, da Ver.ª Sofia, para que possamos aprovar a Emenda, através dessa Subemenda.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra para discutir o PLL nº 244/14.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu me inscrevi, justamente, para permitir que haja um pouco mais de tempo para o protocolo da subemenda, tentando ajustar o texto produzido pela Ver.ª Sofia Cavedon, de forma que ele fique mais coerente com o projeto. Mas não poderia me furtar de comentar o discurso do Ver. Idenir Cecchim na tribuna. Por favor! A Secretaria Municipal do Meio Ambiente é uma Secretaria fundamental, justamente para garantir que nós tenhamos um ambiente saudável, livre de ataques, de agressões. A preocupação com o caramujinho, Ver. Idenir Cecchim... O ambiente saudável é um ambiente para todos, não apenas para os praticantes de esportes aquáticos, mas também para todo o ecossistema do ambiente. E esse ambiente saudável é o objeto de estudo, o objeto de análise, o objeto de trabalho dessas pessoas.

Então, por favor, eu gostaria que, em seus próximos pronunciamentos, não se referisse a uma secretaria tão importante quanto a Secretaria do Meio Ambiente como uma secretaria tranca-rua. Afinal, é um trabalho essencial, é um trabalho necessário. Os fiscais da Prefeitura têm um papel importantíssimo. A questão do desenvolvimentismo a qualquer custo não deve prosperar. Devemos ter uma análise técnica a respeito do que vai ou não gerar um impacto, porque, muitas vezes, o impacto ambiental não é passível de ser remediado. Vide o que aconteceu, no final do ano passado, com a ruptura da barragem em Mariana. Nós não queremos que algo semelhante ocorra em nosso Município. Portanto, aproveito o espaço para saudar o trabalho dos fiscais, que são poucos, trabalham em péssimas condições, sem valorização da sua atividade, mas, ainda assim, desempenham bravamente o seu papel. Se precisamos de mais fiscalização e de celeridade na liberação de licenças ambientais, cabe à Prefeitura aumentar o quadro de pessoal e dar melhores condições para esses profissionais trabalharem.

É um projeto bom, é um projeto que estimula a utilização da orla do Guaíba, um projeto bastante importante, meritório, que pode desenvolver uma consciência preservacionista em toda a sociedade, porque quem utiliza esses espaços vai se preocupar com a saúde do nosso Guaíba, e isto, sim, é importante: o desenvolvimento da consciência coletiva das futuras gerações. Quem usa se preocupa, e quem se preocupa protege e preserva. Uma boa tarde e aproveito o final da minha exposição para saudar a iniciativa do Ver. Kevin Krieger e de todos os participantes na construção dessa proposta. Uma boa tarde.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para discutir o PLL nº 244/14.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, público que aqui nos assiste, colegas, funcionários da Casa, principalmente os atletas, os incentivadores dos esportes aquáticos, e também faço a mesma saudação aos representantes comunitários aqui presentes. Quando li este projeto, coloquei-me no lugar desses esportistas, com o sentimento da maioria desses esportistas. Tenho amigos nesse meio, amigos que moram na orla, como o Pedro Ilha, os Irmãos Ilha, que são ícones em alguns esportes; tenho ali grandes colegas que praticaram e praticam esse tipo de esporte. Mas me veio, no início, um sentimento de privatização da orla, de deixarmos o espaço para alguns e tirar o espaço de outros, ou seja, tirar dos moradores, dos frequentadores da orla. E também, em conversa com o Ver. Kevin, achei que não deveria ser esse o sentimento, de privatização da orla, criando espaços para poucos e tirando de muitos.

Então, senhores, temos que avaliar a participação desse comitê gestor, irá dirimir essa dúvida que eu tenho. A gente sabe, repassa para quem pratica esportes, quase todos que vivem dos esportes aquáticos ou que tiram o seu sustento das águas tem esse sentimento de preservação do meio ambiente. Todos que praticam esportes aquáticos têm esse sentimento de preservação da natureza. Estou trazendo aqui uma dúvida que não era só minha, porque, no sábado à tardinha, me ligou uma das representantes de um grupo bem extenso que tem esse sentimento de preservação da orla, que é Ipanema. Por isso estou trazendo isso, senhores, porque gostaria que fosse ampliada esta discussão. Eu não vi nem quem realmente pratica o esporte, só por isso! Então, temos que verificar e fomentar este comitê gestor para que tenhamos uma equiparação de sentimentos e desejos. A gente sabe que o seu projeto tem este sentimento de preservação, fiscalização e de respeito do espaço em que o banhista não deveria estar ou abuso por quem não tem a devida habilitação para alguns equipamentos náuticos. Então só quero deixar estes sentimentos aqui, dizer que tenhamos uma orla para todos, para todos, mesmo! Obrigado, senhores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Apregoo a Subemenda nº 01, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, à Emenda nº 03 ao PLL nº 244/14.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Bosco Vaz, a Emenda nº 01 ao PLL nº 244/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 26 votos SIM.

Em votação a Emenda nº 02 ao PLL nº 244/14. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 03 ao PLL nº 244/14. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 03 ao PLL nº 244/14. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADA com os votos contrários da Ver.ª Fernanda Melchionna e do Ver. Prof. Alex Fraga.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Bosco Vaz, o PLL nº 244/14. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 26 votos SIM.

 

A SRA. MÔNICA LEAL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem da priorização de votação, para que possamos, imediatamente, passar à votação do Requerimento nº 016/16. Após retornaremos à ordem normal.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria da Ver.ª Mônica Leal. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

O SR. DELEGADO CLEITON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem da priorização de votação, para que possamos, logo após a votação dos Requerimentos nº 016/16 e nº 019/16, passar à votação do Requerimento nº 008/16. Após retornaremos à ordem normal.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Delegado Cleiton. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Alberto Kopittke solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no período de 16 de março a 31 de dezembro de 2016. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 016/16 – (Proc. nº 0546/16 – Verª Mônica Leal) – requer seja o período de Comunicações do dia 17 de março destinado a homenagear a Rede Bandeirantes de Comunicações em razão da Campanha Contra a Violência.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento nº 016/16. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 019/16 – (Proc. nº 0610/16 – Ver. Mendes Ribeiro) – requer seja o período de Comunicações do dia 21 de março destinado a homenagear o Colégio Farroupilha.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento nº 019/16. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 008/16 – (Proc. nº 0375/16 – Ver. Delegado Cleiton) – requer seja encaminhada Moção de Solidariedade em apoio à manutenção do “Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social na Área de Saúde – CEBAS-SAÚDE, à Associação dos Funcionários Públicos do Estado do Rio Grande do Sul – AFPERGS, pelo Ministério da Saúde.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento nº 008/16. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1611/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 146/15, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que inclui a efeméride Dia do Condutor de Ambulância no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, no dia 10 de outubro.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Elizandro Sabino: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Dr. Raul Fraga: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Paulinho Motorista: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 09-12-15.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLL nº 146/15. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1983/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 188/15, de autoria do Ver. Elizandro Sabino, que inclui a efeméride Semana do Orgulho Periférico no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, na semana que compreender o dia 14 de agosto.

 

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Rodrigo Maroni: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Dinho do Grêmio: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Paulinho Motorista: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 10-02-16.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLL nº 188/15. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0797/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 078/14, de autoria do Ver. Waldir Canal, que inclui a efeméride Semana Municipal da Vila Assunção no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, realizada de 7 a 13 de dezembro.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Tarciso Flecha Negra: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 17-11-14.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão o PLL nº 078/14. (Pausa.) A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para discutir o PLL nº 078/14.

 

A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr. Presidente, como moradora, há quarenta anos, do bairro Assunção, onde temos a antiga Vila dos Pescadores, quero cumprimentar o Ver. Waldir Canal por esta iniciativa de registrar a data do nosso bairro. Foi um loteamento que, à época, foi construído. É um bairro que tem vias especiais, ruas especiais, sem quadras, e temos um grande problema, que são as servidões, muitas descuidadas, outras já ocupadas. Para a nossa surpresa – não sei o que pensam do nosso bairro, porque pagamos impostos –, ocuparam a nossa praça, lacraram uma das praças – e consta no Plano Diretor, tem um decreto criando esta praça – para a Guarda Municipal.

Boatos começaram a surgir no sentido de que a promessa feita pelo Vice-Prefeito, do meu partido, a quem respeito muito, de que o prédio antigo que tem lá, que deveria ser cedido à associação de moradores, não seria cumprida. Lacraram a praça, botaram “praça fechada”. Muito bem. Fomos tentar negociar, e não tem jeito. Houve uma proposta de fazer a desafetação. Ora, num bairro que tem todo esse tempo de construção, num bairro especial pela sua arquitetura, pela sua construção de vias, nos usurparam a praça! O que era para ser feito? Recuperar, para que se tivesse mais espaço, para se poder, do mirante, ver o lago Guaíba, no entanto estamos com este problema no nosso bairro, um desrespeito aos moradores. Já que o Ver. Waldir Canal está fazendo a Semana Municipal da Vila Assunção, gostaríamos de recuperar esta praça sem ter que ingressar na Justiça. Não vamos acordar com o Ministério Público esta desafetação, porque isso não é considerar uma população que paga os seus impostos e que mantém este bairro, que é um bairro muito cobiçado, por ser a 11 quilômetros de Porto Alegre, um bairro que ainda tem boas áreas verdes, que é cobiçado pelos empreendedores. Nós temos uma população antiga neste bairro que defende o meio ambiente local, que defende a não superpopulação e que as praças fazem parte, sim, do bairro. Quero contar com o apoio do Ver. Waldir Canal para que a Guarda desocupe, sim, a praça do bairro. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro o adiamento da discussão do PLL nº 078/14 por uma Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada pela Ver.ª Fernanda Melchionna, o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Quinze votos SIM. Não há quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 17h59min): Encerrada a Ordem do Dia.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 2738/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 264/15, de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que cria a Guarda Municipal Especializada em Proteção aos Animais e dispõe sobre sua composição.

PROC. Nº 2936/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 294/15, de autoria do Ver. Alberto Kopittke, que concede o título de Cidadã de Porto Alegre à senhora Marli Aires Medeiros.

 

PROC. Nº 0281/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 018/16, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que declara de utilidade pública a Fundação São João de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência Social.

 

PROC. Nº 0348/16 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 014/16, de autoria do Ver. Delegado Cleiton, que altera o caput e seus incs. I e II e inclui als. e e f no inc. I do caput no art. 2º da Lei Complementar nº 662, de 7 de dezembro de 2010 – que institui o Conselho Municipal sobre Drogas (Comad), o Fórum Porto-Alegrense de Prevenção à Dependência Química e o Fundo do Conselho Municipal sobre Drogas (Fundo do Comad) e revoga a Lei Complementar nº 241, de 4 de janeiro de 1991 –, incluindo 4 (quatro) membros na composição do Comad.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1005/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 083/15, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que obriga os projetos arquitetônicos de construção, de readequação ou de reforma das escolas de educação infantil, de ensino fundamental e de ensino médio localizadas no Município de Porto Alegre a conter as condições mínimas de qualidade de infraestrutura, de conforto ambiental e sustentabilidade e de segurança que especifica.

 

PROC. Nº 2840/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 281/15, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que dispensa o usuário que comprovar atendimento de urgência ou emergência ou acompanhamento de paciente internado em hospital ou centro de saúde do Município de Porto Alegre do pagamento do valor referente ao uso de vaga de estacionamento de veículo automotor em suas dependências e dá outras providências.

 

PROC. Nº 0282/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 019/16, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que denomina Rua da Paineira o logradouro público cadastrado conhecido como Beco D – Estrada Cristiano Kraemer –, localizado no Bairro Campo Novo.

 

PROC. Nº 0315/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 025/16, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Diones dos Santos Rosa o logradouro público cadastrado conhecido como Rua D – Vale do Salso –, localizado no Bairro Restinga.

 

PROC. Nº 0097/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 006/16, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que inclui conteúdo sobre cultura tradicionalista nas aulas ministradas nas escolas públicas da rede municipal de ensino.

 

PROC. Nº 2918/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 292/15, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que denomina Travessa Saibreira o logradouro não cadastrado conhecido como Rua C Um – Vila São Miguel –, localizado no Bairro Coronel Aparício Borges.

 

PROC. Nº 0222/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 015/16, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que altera, no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre – e alterações posteriores, a denominação da efeméride Julho Amarelo para Julho Amarelo – Mês de Combate às Hepatites Virais.

 

PROC. Nº 0283/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 020/16, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que denomina Rua das Laranjeiras o logradouro público cadastrado conhecido como Beco E – Estrada Cristiano Kraemer –, localizado no Bairro Campo Novo.

 

PROC. Nº 0538/16 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 001/16, que altera o caput dos arts. 1º e 2º e revoga o § 1º do art. 2º, todos da Lei nº 10.390, de 22 de fevereiro de 2008 – que autoriza a concessão de uso de área situada na Subunidade 1 da UEU 1044, de acordo com a Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, para implantação do Memorial Caminho da Sabedoria –, alterando a descrição da área e do número de monumentos.

 

PROC. Nº 0309/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 024/16, de autoria do Ver. Cassio Trogildo, que cria o Grupo de Trabalho Não Remunerado e dá outras providências.

 

PROC. Nº 0142/16 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 003/16, que altera o caput e os §§ 4º e 5º do art. 10, o § 1º do art. 11 e o art. 12, todos da Lei nº 11.140, de 14 de outubro de 2011 - que institui a Gratificação de Incentivo à Qualidade da Gestão do SUS e a Gratificação de Incentivo à Qualidade da Atenção no SUS e dá outras providências –, alterando a periodicidade das avaliações e dispondo quanto à forma de incorporação dos proventos.

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Muito brevemente, apenas para apresentar o projeto, gostaria de pedir uma atenção especial dos senhores e das senhoras para a proposição que dispensa o usuário que comprovar atendimento de urgência ou emergência ou acompanhamento de paciente internado em hospital ou centro de saúde do Município de Porto Alegre do pagamento do valor referente ao uso de vaga de estacionamento de veículo automotor em suas dependências. Eu tenho dois projetos iniciando a tramitar, mas este atende a um apelo, a uma necessidade bastante importante de pacientes cujo familiar que o acompanha na hora da internação, na hora da emergência, torna-se extremamente caro para ele acompanhar esse paciente até a consulta acontecer, muito caro. É um abuso! Em algumas clínicas, em alguns centros de saúde, a pessoa leva um susto. Leva a criança à noite e vai gastar R$ 60,00, R$ 70,00 de estacionamento, e não tem o que fazer. Mora longe, mora na Zona Sul, a saúde não escolhe a pessoa, a pessoa não escolhe ter que se deslocar em momentos difíceis. É uma emergência, é uma urgência de vida, e nós entendemos que tem que haver uma política dos hospitais para favorecer não aquela visita eventual, porque a pessoa que vai visitar naquele horário fica meia horinha, 15 minutos, entra, sai, está bem, vai fazer o estacionamento ficar viável. No entanto o acompanhamento de paciente que passa o dia inteiro lá ou todas as noites lá tem que ter um tratamento diferenciado. E o momento da internação, e o momento da emergência nós estamos propondo que seja isento do estacionamento. Nós entendemos que todo o negócio tem que ter a sua sustentabilidade, é verdade, mas não é possível que sejam sobrepenalizadas as famílias que já estão com um doente, elas já estão gastando com saúde e gastam muito, custos altíssimos na hora de estacionar.

E, de outro lado, o segundo projeto propõe critérios para a construção de escolas no município de Porto Alegre incorporando uma visão que uma escola é muito mais do que qualquer uma outra construção, edificação. Infelizmente nós temos uma padronização, nós temos um currículo oculto nos prédios escolares que é normalizador, que não atende a critérios pedagógicos, que não inova, seja nas tecnologias, seja na sustentabilidade, seja na relação com o meio ambiente, seja na relação da flexibilidade pedagógica. Nós entendemos que é possível hoje estabelecer uma norma geral para prédios escolares, do acumulado que temos nos planos de educação, nos pareceres dos conselhos estadual, municipal e federal de educação e no que a gente tem de acumulado, inclusive na legislação referente a obras no município de Porto Alegre. Infelizmente nossos prédios escolares têm demonstrado uma inadequação absurda, uma falta de diálogo de quem os planeja, de quem os contrata, com quem executa a tarefa de educar.

Esta é a intenção deste projeto de lei, que espero tenha um debate profícuo porque é resultado de um amplo diálogo com o Conselho Estadual de Educação, conselho municipal, reuniões com os professores, incorporamos discussão com grupos e avaliação de escolas. Ele agora vem para o Legislativo aprimorar, discutir, incorporar novas sugestões. Espero que possamos projetar uma escola de fato para o século 21 e deixar para trás a escola anacrônica, a escola que é pesada, que não muda e que não faz a leitura dos novos tempos. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, em primeira Sessão de Pauta, em discussão preliminar, temos o PLL nº 214/15, de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que cria Guarda Municipal especializada em proteção de animais e dispõe sobre sua composição. Não vou analisar este projeto hoje porque o Ver. Rodrigo Maroni não está aqui conosco no momento. Farei isso em outro momento, com ele presente, pois vou anunciar, tenho objeções legais a respeito dessa matéria, evidentemente refoge à competência desta Casa como órgão legislativo a providência prevista no projeto de lei suscitado pelo Ver. Maroni. Vou, de outro lado, Sr. Presidente, fazer uma breve consideração sobre dois projetos de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que me antecipou nesta tribuna. O primeiro deles é o PLL nº 083/15, que obriga os projetos arquitetônicos de construção, de readequação ou de reforma das escolas de educação infantil, de ensino fundamental e de ensino médio localizadas no Município de Porto Alegre a conter as condições mínimas de qualidade, de infraestrutura, de conforto ambiental e sustentabilidade e de segurança que especifica. Quero dizer já agora: acho que a professora cometeu um equívoco, os projetos arquitetônicos não entram neste grau de detalhamento, poderia ser o projeto de engenharia final, o projeto de construção. Quero que a Casa atente bem para essa circunstância, para que não se crie um ambiente no qual se ache que se está impedindo alguém de legislar numa matéria que obviamente é de interesse geral e que, a meu juízo, já está contida nas NBRs existentes, que obviamente exigem, nos projetos arquitetônicos, a garantia e a projeção dessa circunstância que se pretende ver evitada.

Ainda da Ver.ª Sofia Cavedon, nós temos um projeto que dispensa o usuário que comprovar atendimento de urgência ou emergência ou acompanhamento de pacientes internados em hospital ou centro de saúde do Município de Porto Alegre do pagamento do valor referente ao uso da vaga de estacionamento de veículo automotor em suas dependência e dá outras providências. Não consigo entender exatamente aonde pretende chegar a Vereador com esse fato. Acho que ela quer que o usuário da emergência de um hospital, como o Hospital de Clínicas, Hospital da Restinga ou outro, estacione em algum lugar que não seja permitido ou que seja em algum lugar que exija o pagamento e que isso lhe cause um gasto econômico que ela quer evitar. Ora, normalmente, as pessoas que conduzem alguém para o hospital de emergência estacionam em lugar adequado. Há lugar previamente especificado ali, e, quando ele está ocupado, qualquer lugar pode ser ocupado nas proximidades – naquela situação. Então, eu acho que é inócua esta matéria. Essas duas colocações eu faço com muita responsabilidade nesse exame prefacial que se faz das matérias submetidas...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: ...Produzo esses comentários, Sr. Presidente, para concluir, na certeza de que eles devem servir, esse é o meu propósito, de um alerta às Comissões Temáticas, que, ao examinar as matérias, levem em conta essas colocações aqui proferidas e que nos são ditadas pela experiência do trato de matérias dessa ordem. Era o registro que eu faço, Sr. Presidente, dizendo que, se for o caso, voltarei, inclusive, a discutir esses dois temas na próxima Sessão. Mas, desde já, o alerta fica realizado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Não havendo mais nenhum Vereador inscrito para a discussão de Pauta, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h11min.)

 

* * * * *